BeatBossa

terça-feira, novembro 25, 2008

A la Kibeloco

Matéria da época:


Esses blogues? 
Obrigado, passo.
talvez os de comentários políticos sejam bons, mas os caras são profissionais, ganham pra isso.  Acompanho e leio quase todo dia o do Juca Kfouri, o melhor comentarista de futebol do país,  e o do Tas. O kibeloco é bacana, o Tolices do orkut tem uma moçada que fica revirando o orkut procurando bobagens pra mandar pro cara. O resto? Desculpem redatores da época, posso e vou perder sim todos,  acho que desde os dezesseis deixei de me influenciar por frases de efeito.

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domingo, novembro 23, 2008

Medo e Delírio em Las Vegas (1998)

Pegue o único Phyton nascido americano, Terry Gillian (autor de um clássico: Brazil, 1985), um livro de um dos mais alucinados e lúcidos jornalistas americanos, Hunter S. Thompson, dois atores mais do que versáteis e competentes, Johnny Depp e Benicio del Toro, e o resultado é esse filme sobre uma experiência psicodélica que consegue ser uma experiência psicodélica, é uma viagem sem precisar usar nada, só se concentrar e entrar no delírio deles. Fantástico.

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Blindness

Enfim, vi o filme. Vou evitar fazer comparações com o livro, dado que não dá pra colocar um livro da densidade do Ensaio dentro de duas horas de película sem cortar alguma coisa. Senti que faltou um pouco da densidade que os diálogos têm no livro, minha impressão é que se fala muito pouco no filme, é um filme que valoriza o visual, é um filme pra ver, não para ouvir. E prestar atenção nos detalhes é importante. Afinal, não temos delimitação temporal, não sabemos que época do ano era quando entram, nem quando saem. Vide a cena em que a mulher do médico(juliane moore) começa a chorar porque esqueceu de dar corda no relógio, como se saber as horas fosse o último laço que ela tivesse com a realidade. Juliane por sinal está fantástica, e não consigo imaginar outra atriz que fosse capaz de fazer esse papel, talvez uma Cate Blanchet. Tem uma opção estética interessante no filme, há momentos, cenas que começam escuras ou embassadas e vão clareando, e outras que começam brancas, embassadas e vão se definindo, como se o diretor cegasse o espectador momentaneamente e o deixasse criar a imagem a partir apenas dos sons, sussurros, gemidos. O filme também tem um clima de drama do início ao afim, e parece que o caos do trânsito no início, é apenas uma contra-partida do caos depois que as pessoas não conseguem mais dirigir. Eu fico imaginando o trabalho que deu pra sujar as ruas de São Paulo daquele jeito, os carros jogados, a quantidade de figurantes, mas tudo tem um baita realismo e parece mesmo ficção científica imaginar uma cidade do tamanho da capital paulista parecer deserta ou o cenário de uma desolação daquele tipo. Isso me lembra de um filme sobre uma epidemia que se espalha pelo mundo e tem umas cenas filmadas em Londres, tive a mesma impressão, só que ao invés de ficarem cegos, no outro filme eles viram zumbis (não consigo lembrar o nome do filme). Eu queria descobrir qual a música que toda no final, alguém sabe? no Imdb não achei a informação. Duas cenas ótimas: depois que eles saem da clínica e começa a chover. a alegria deles é lindíssima, e o banho de chuva das mulheres na varanda, o prazer de algo tão simples como um banho.

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sexta-feira, novembro 21, 2008

Top ten vampires



Saiu uma listinha no chicagotribune.com com os 10 melhores vampiros do cinema, como toda lista pop, há controvérsias.

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quinta-feira, novembro 20, 2008

Hermes e Renato



Por que essa sensação de que essa gozação faz o maior sentido?
Acho que quem frequenta lugares "alternativos" nas suas cidades vai entender a piada.
Gosto do Hermes e Renato, mas tem vezes que parece uma cópia descarada do Monty Phyton.

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Ela não vai ler mesmo

Eu nem sei quem és
que ares povoam essas imagens
ou que canções embalam tuas dores
aconteceste,
um dia pálido de usualidade trabalho café e segurança
e eis que me amanhece um outono colorido e primaveril
mais ainda com esse gosto de saudade
que os outonos ressendem
antes eu não te soubesse não 
me surpreenderia cometendo um poema 
em teu nome, como um desejo que se faz
urgente um conhecimento que tem fome
de troca de mais mais e mais...
há um quê de novidade em tudo isso
e as novidades me atrapalham o pensamento
a leitura o estudo
e me pego tentando advinhar 
o som do teu sorriso
a textura da tua pele
o humor que te faz rir
inventando uma palavra que cole
no teu pensamento como minha
e me pergunto se você não é apenas
mais um personagem que invade 
meu filme minha novela meu conto fantástico
que me surpreendo perdendo.
______
pois é...
uma musiquinha da PJ Harvey pra vocês: Kamikaze 
Vi aqui uma coletânea de 25 versões pra Yesterday dos Beatles, tem até uma com a Elis Regina.
No Freak Show Business também tem um portfólio do Saul Bass, que entre outras coisas desenhou a cena clássica de Psicose.

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terça-feira, novembro 18, 2008

Tô na Lasanha

Saiu um poeminha meu na revista virtual Lasanha :
clica aí e vai lá conferir o resto do cardápio.

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segunda-feira, novembro 17, 2008

Hell's Angels, by Hunter S. Thompson

Acabei de ler “Hell’s Angels: a strange and terrible saga”, Hunter S. Thompson, publicado pela primeira vez em 1966. Pediram para ele escrever um artigo sobre o então nascente fenômeno das gangues de motociclistas na Califórnia, e logo surgiu a idéia do livro-reportagem. Hunter conviveu com os caras por quase um ano e o resultado desse convívio ele conta nesse livro que marcou a história do jornalismo americano, e possivelmente mundial também. Fugindo do sensacionalismo, da mentira, e do medo, o cara enfrentou os touros e foi ver se eles eram tão maus quanto pareciam vistos de longe: eram piores.

Ele conta tudo que vivenciou, os principais figuras e organizadores dos encontros que conheceu, as festas, as orgias. Os Angels ganharam publicidade quando seus atos começaram a virar notícia nacional: acusações de estupro, distúrbios, badernas, roubos, tráfico de drogas, nas palavras de Hunter, a sociedade parecia vê-los como uma horda de Unos montados em motos que a qualquer momento poderia aparecer para aterrorizar a vidinha pacata de uma cidadezinha americana qualquer da costa oeste. Pelo que conta, muitas das atrocidades que eram atribuídas aos caras eram em parte verdade, e outra parte invenção de jornalistas que nem viram o que de fato aconteceu, e contavam uma outra história. Muitos dos estupros por exemplo, as mulheres simplesmente apareciam nas festas e se deixavam ser servidas em rodízio para quem quisesse participar, o que sempre girava em torno de umas vintes cabeças, obviamente, quem estava acompanhado não se metia, e as mulheres mesmo não sentindo bem com o que rolava, pouco faziam para protestar.

Primeiro, a visão dos caras já era de assustar, tatuados, todos pilotando Harleys mexidas, customizadas com peças roubadas, cabeludos, barbudos, sujos, portando suásticas como tatuagens ou emblema nas motos, e quando eles se juntavam pra beber realmente tocavam o foda-se. Muitos deles não tinham emprego fixo, ou trabalhavam por um tempo, saiam do serviço e ficavam vivendo do seguro-desemprego até terem que procurar outro trabalho, ou simplesmente eram mecânicos de carros ou motos. Família? Muitos não tinham ou estavam pouco de lixando.

Conforme as barbaridades cometidas por eles eram anunciadas nos rádios e nos jornais, não demorou para aparecer a televisão e os Angels virarem celebridades do cenário underground. Demorou um pouco pra eles perceberem que não estavam ganhando e nem iam ganhar nada com isso. Ou pior, começaram a lhes atribuir crimes que não foram cometidos por membros, ou pessoas começaram a promover badernas em outros lugares do país usando o nome deles, e sem serem oficialmente membros. Até chegar a um ponto em que eles compravam o jornal só para ver se saiu alguma notícia sobre eles. Chamaram-lhes de comunistas, fascistas, foras-da-lei, etc. e quando começaram a perguntar quais as opiniões políticas que eles tinham se mostraram tão conservadores quanto um americano comum do interior do Texas, quando por outro lado, intelectuais, hippies, e outros liberais os viam como um símbolo de rebeldia, liberdade, revolução, eles eram heróis. E de fato, eram apenas um bando de desempregados, sem estudo, que acontece simplesmente que viram que viver em grupo ser tornou a forma mais fácil de sobreviver e se divertir. E nesse ponto havia uma ética de solidariedade muito grande, quando um não tinha o que comer, sempre tinha um prato a mais na casa de quem tivesse, ou se ambos estavam duros, chamavam um terceiro ou quarto e iam ao mercado e simplesmente pegavam o que precisassem, apesar de eles sentirem vergonha por terem que roubar comida muitas vezes.

Um exemplo do conservadorismo deles foi quando no auge dos protestos em Berkeley pela retirada das tropas do Vietnam, eles se posicionaram a favor da guerra, inclusive se oferecendo formalmente para ir pra luta (claro que o governo ignorou), e até circularam boatos de que eles apareceriam ao lado da polícia durante uma grande marcha e iam descer a ripa nos pacifistas (tem no livro um grande texto do Ginsberg quase implorando, caso eles tivessem realmente a intenção de fazer isso, que não o fizessem).

Eles são figuras contraditórias, pra dizer o mínimo, e o final chega a ser triste, porque Hunter acabou apanhando num bar sem saber por que e acabou sendo “salvo” por um dos caras que ele tomou por amigo, afinal mexeu com um, mexeu com todos. O cara acabou dizendo “tá bom, já chega” quando a cara dele já tinha virado do avesso e já estivesse com uma costela quebrada. Além da descrição do funeral de um dos grandes figurões morto em um acidente de moto.

Provavelmente o livro de Hunter ajudou a construir e a destruir muitos mitos em torno dos Angels, e mostrou que eles são frutos de uma sociedade que na época estava se transformando, que o sonho americano era apenas uma idéia falida:

“far from being freaks, the Hell’s Angels are a logical product of the culture that now claims to be shocked at their existence. (…) This is the generation that went to war for Mom, God and Apple Butter, the American Way of Life. When they came back, they crowned Eisenhower and then retired to the giddy comfort of their TV parlors, to cultivate the subtleties of American history as seen by Hollywood”.

Ele compara também os Angels com o surgimento de gangues de adolescentes que batiam em negros, judeus e nerds só por diversão; com Charles Manson; com as revoltas dos negros pelos direitos civis; os Angels, assim como esses outros casos parecem ser mais um sintoma de uma sociedade doente que se recusa a ver que apodrece de dentro pra fora. Ironicamente, eles se colocam ao lado de uma direita, que se pudesse, a primeira coisa que faria seria exterminar todos eles e jogar no mar como comida pras baleias.

Hunter S. Thompson está longe de ser um cara normal, uma cara com uma obsessão quase freudiana por armas não pode ser normal, mas isso não diminui em nada o valor e a beleza do seu texto. Quando o novo jornalismo nascia, a era da objetividade e precisão tomava conta dos noticiários ele inventava o jornalismo gonzo, investigativo, documental, histórico, sociológico. Ta tudo ali: é uma tese de antropologia cujas referências vêm em forma de epígrafes antes de cada capítulo. Somente o olhar agudo de um cara extremamente lúcido e inteligente poderia captar o que eram aqueles tempos, que hoje olhamos e pensamos, nossa deveria ser muito legal: orgias, LSD distribuído como se fosse amendoim, liberdade, quando no final das contas eles eram apenas um bando de caras revoltados porque não tinham o que todo mundo quer: dinheiro e status.

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No filme "Gimme Shelter" (1970, Albert e David Maysles) é retratada a turnê americana e um grande concerto gratuito que os Rolling Stones deram em 1969 em Altamont, Califórnia. 300 mil pessoas estavam lá e os organizadores colocaram a segurança a cargo de quem? Hell's Angels. foi como deixar um grupo de crianças tomando conta de uma loja de brinquedos. Rolou muita pancadaria, e o show dos Stones foi interrompido várias vezes ou porque as pessoas não paravam de brigar, ou porque tinha muita gente em cima do palco. Um cara foi assassinado, e o show foi considerado um total desastre. Altamente indicado para quem gosta de documentário sério e roquenrol

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Os Incompreendidos, parte 2



O que dizer de um clássico? Para evitar ficar repetindo o que já disseram sobre “os incompreendidos” não li nada sobre o filme, além daquilo que já sei sobre François Truffaut e a nouvelle vague, o que não quer dizer que não vou estar dizendo coisas que outros já viram ali. O filme conta a história do garoto Antoine Doinel, que vive espremido com seus pais em um pequeno apartamento. Na primeira cena do filme vemos uma gravura de uma pin-up sendo passada entre os garotos durante uma aula de francês, e justo na mão de Antoine o professor pega a gravura e o coloca de castigo e sem recreio. Esta é só a primeira de uma série de injustiças que o pobre vai sofrer durante o filme. Não que ele seja um santo, muito pelo contrário, o fato é que ele é apenas um garoto que gosta de aprontar algumas de vez em quando, por pirraça, por diversão, ou simplesmente porque é da natureza dele, não que ele queira realmente fazer mal algum a alguém. Como quando perguntado pela psicóloga porque ele roubou o dinheiro da sua avó, ele responde que pensou que ela não ia precisar mais, já que estava morrendo mesmo. Antoine não é uma doença, é um sintoma de um mundo em transformação, de um mundo que não aceita mais a tirania dos professores, e no qual os pais tem que trabalhar muito para sustentar a casa e pouco tempo têm para se preocupar com os filhos; adorável é a cena onde o professor de educação física sai com os alunos para correr nas ruas, e aos poucos vemos os alunos fugindo ou se escondendo, até que de repente o professor está sozinho e continua correndo, sem perceber que todos sumiram nas suas costas. Antoine é fruto de um novo tipo de família, seu pai, não é seu pai biológico, e mesmo que tenhamos a impressão de que o homem gosta mesmo do garoto, a primeira coisa que faz é se livrar dele quando os problemas surgem, sem escrúpulo algum, afinal, não é seu filho mesmo, e o fato de ter lhe dado um nome não quer dizer que deva ter mais responsabilidades. A mãe é uma mulher ambígua, em momentos tive a impressão de que ela pouco ligava para o garoto, em outros momentos ela age como se lhe amasse perdidamente. E parece que a verdade só surge quando Antoine conta para a psicóloga que sua mãe não queria tê-lo, e se não fosse pela sua avó ela teria abortado, pense no que isso pode causar na cabeça de um jovem (pré)adolescente (não sei a idade dele, mas acho que ele deve ter algo entre 13 e 15, senão menos). Qual a solução? Fugir. E é o que ele faz, indo morar com um colega cuja família também é um retrato da decadência dessa instituição: o pai trabalha demais, a mãe é alcoólatra e parece pouco ligar para o que o filho anda fazendo. Antoine passa alguns dias morando na casa do seu amigo sem ser notado, até quando eles tentam roubar uma máquina de escrever do escritório onde o pai de Antoine trabalha. Como não conseguem vender, a ingenuidade deles só acha uma resposta: devolver. É quando ele vai preso e passa a noite na cadeia, ao lado de prostitutas e bandidos de verdade. É como dizem, a cadeia é a escola do crime, e um reformatório não parece estar longe disso, é o ensino médio da delinqüência. Este é apenas o primeiro filme de uma aparente saga que Truffaut criou, e pelo que me parece todos estreados pelo mesmo ator Jean-Pierre Léaud (me corrijam se disse bobagem), que também estreou alguns filmes de Godard (Masculino-Feminino (1966), A Chinesa (1967), Made in USA (1966), pelo menos os que vi), segundo dizem, adorado pela sua facilidade em improvisar, o que para caras como Godard, devia ser um barato. Não sei se dá pra dizer que há um paralelo entre o realismo italiano, e entre a nouvelle vague. Mas sinto em ambos uma necessidade de mostrar um mundo em transformação, uma sociedade que mudava a olhos vistos, e também, claro, a necessidade de fazer um cinema diferente, mais real, mais documental, mais social. Usar atores amadores, filmar nas ruas (como a desesperada busca de pai e filho pela bicicleta no clássico italiano “Ladrões de Bicicleta” (1949, Vitorio de Sica), que tem um dos finais mais tristes que já vi), improvisar, trazer um pouco do teatro para o cinema (que é um pouca a leitura que tenho de alguns filmes do Pasolini). Como disse, essa é a minha leitura do filme, e você pode concordar com ela, ou não.
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Quer ver o filme? tem emule? tá aqui

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quinta-feira, novembro 13, 2008

Um poeminha

Lamento
(ou um reggae-sambado)

Ando meio cansado
vou dar um tempo de
ser eu mesmo, vou
pegar uma onda,
fazer uma trilha
ouvir um jazz e fumar
até meus pulmões explodirem
vou olhar o mar
sentar na areia e ficar
por horas pensando em nada
vou acender uma fogueira
vou olhar as estrelas
cantar uma canção do caetano, depois
de barriga pra lua
imaginar a vida em
outros planetas outras galáxias
Hey Ziggy!
e você vai estar ali
do meu lado me dando um abraço
me lavando desse cansaço
compartilhando do meu tédio
bebendo na minha melancolia,
no meu vinho barato
me fazendo acreditar
que o meu vazio é
a falta da tua alegria.
______
Eu sei que tem cara de arcadismo-reggae-tipo-armandinho, praia, onda, natureza, blá-bla-bla. É só uma forma de dizer que estou com saudade de casa, e depois pensando no que tinha escrito lembrei de uma música do Armandinho "eu hoje acordei, querendo ver o mar..." Isso explica o querer dar um tempo de ser eu mesmo, porque não gosto de Armandinho, não pego onda, fiz poucas trilhas na vida, mas essa semana foi uma daquelas em que se eu pudesse eu teria ido pra praia só pra escutar o barulho do mar e pensar em nada, tô precisando de um relaxamento mental, uma sessão de yoga, queimar um incenso...

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Rita Lee: pra você eu digo sim




Não que eu esteja apaixonado, só lembrei de como eu gosto desse cd, e de como ele foi a trilha de um ano legal na minha vida.
Essa versão de "here, there and anywhere" é de foder, chegar doer de tão boa.
http://www.youtube.com/watch?v=mU-DLaVW6TQ

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quarta-feira, novembro 12, 2008

Valeu Leão

Já estou me acostumando a perder os momentos históricos...

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terça-feira, novembro 11, 2008

Uma vela pra Balzac, Os incompreendidos (1959)

Valeu Truffaut, um cara que decidiu parar de falar sobre e foi fazer cinema. Pena que no filme acendar uma vela pro Balzac não ajudou o Antoine.

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Escolha a sua versão, parte II

Depeche Mode, Enjoy the Silence


Tori Amos, gostei dessa versão, intimista, passional


Keane, a moçada destruiu nos comentários no youtube, mas eu gostei


Por que demorei tanto pra conhecer essa banda? os caras são a nata do que melhor surgiu no pop dos anos oitenta, os frutos vocês vêem nas influências por aí.

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segunda-feira, novembro 10, 2008

OUTONO EM CHICAGO

As folhas secas cobrem os gramados
os passeios os carros as ruas e
caem levadas indefesas pelo vento e
colorem em tons crepusculares
o solo das manhãs sob o
qual agitam-se os esquilos
eu caminho sem pressa e cruzo com pessoas
que me são estranhas faces
desconhecidas que também
não aparentam pressa ou necessidades
urgentes, o dia apenas começa,
há de haver tempo para todos os afazeres

agora as ruas já quase me conhecem
e nos cumprimentamos passeamos juntos
como velhos conhecidos
como amigos gostam de fazer um com o outro
caminhando lado a lado
tornando-se íntimos, com o vagor das relações
amigos calados,
que se entendem por silêncios

os carros nas ruas as casas fechadas
há um friozinho que não chega a
arrepiar, e apenas nos conta que
o verão é findo e esse calor é passageiro
e logo segue viagem, nos despeçamos

uma jovem tem pressa e
esboça um sorriso de bom dia quando
surpreendido viro o rosto ao vê-la
passar por mim com passos menores
mas mais velozes que os meus
talvez atrasada para a primeira classe da
do dia talvez a mãe a
esteja esperando com o café na mesa
torradas geléia de frutas suco de laranja
quem sabe ovos mexidos...
e
me pergunto se esse sorriso
é uma nesga de alegria que resvala e
cai-se como pétala murcha, esquecida
de primavera ou apenas
mais uma folha seca desprendendo-se
cobrindo com tons de vermelho
essa manhã que principia.
_____
ps. desculpem, tive que cometer um poema.

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Personal Jesus - escolha sua versão

A original, by Depeche Mode


Marylin Manson



Johnny Cash



Certas músicas são tão boas que sempre alguém tem que cantar elas de novo pra que não esqueçamos delas nunca.

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Fall

Pois é, o frio chegou: 33 graus Farenheit lá fora, o que é 0.5 Celsius, no outono! Welcome to Chicago!!! that's what they say. Na verdade não queria ter que sair na sexta, mas como tinha que ir buscar meu cheque no Walker Museum, lá fui. Como estava na rua, aproveitei pra depositar o cheque e passar no correio pra mandar um postal pro meu irmão Jeferson e pra minha prima Simone. No banco descobri que a caixa é brasileira, o que é mais uma evidência de que tem muito brasileiro aqui, a comunidade do orkut é só a ponta do iceberg, trocar umas palavrinhas 
em português foi bom, afinal dois meses aqui e o máximo de português que tenho falado é quando falo com alguém pelo Skype. Isso feito fui pra biblioteca procurar um livros. Eu me surpreendo toda vez que vou lá, porque mesmo que eu descreva aqui ainda vai parecer pequeno. Dizem que é uma das melhores bibliotecas de humanas dos Estados Unidos, e se tem trabalhos
em lingüística em Português que 90% das nossas universidades ainda não têm, então acho que acredito nisso. Claro, a universidade tem mais de 100 anos e nesse tempo todo eles juntaram alguns livros, mas acho que só a área de línguas faria a biblioteca do IEL passar vergonha. Tudo bem, elas ganham muitas doações, e tirando o Mindlin, acho que os milionários do país não estão nem aí se a biblioteca da universidade onde eles estudaram tá precisando de uma doação para renovar o acervo. Isso é algo que me admira também, a universidade é paga, os caras pagam para estudar aqui. Muitos deles saem daqui e anos depois viram políticos, escritores, médicos, grandes economistas (um cara acabou de doar US$300 milhões para a escola de negócios da universidade, que claro, agora tem o seu nome, provavelmente a palavra Crise, deve ter outro sentido pra ele, segundo diz o e-mail que recebi, um consultor de investimentos), o Nobel de Física desse ano leciona aqui, para vocês terem uma idéia e mais de 70 prêmios Nobel estudaram ou trabalharam aqui. Que brasileiro ficaria grato pelo que é como profissional pela Universidade onde estudou? A maioria sai falando mal, muito mal: os professores são ruins, a estrutura
é péssima, a biblioteca é fraca, não há bolsas... e como apesar de tudo isso, surgiram todos os intelectuais e cientistas que a gente teve na história? milagre eu diria, além do fato de muitos deles terem ido fazer doutorado aqui ou na europa. Ou são mais um exemplo de que as dificuldades são superadas com força de vontade e perseverança. Eu não posso reclamar, 
só estou aqui porque tenho bolsa, do governo federal, e me orgulho muito disso também porque ninguém me deu, eu fui atrás e consegui, mérito meu. Mas acho que se quem tem dinheiro no país olhasse mais para a educação, as coisas poderiam ser melhores.
Final de semana não saí de casa. Claro, botei a cara pra fora pra fumar um cigarrinho, ou dois, mas foi só, mesmo quando a vodka acabou sábado a noite, deu preguiça de ir comprar alguma coisa pra beber. Nessas horas eu lembro daquela música do Barão "mais uma dose, é claro que eu tô afim/a noite nunca tem fim/por que que a gente é assim?". Acabei vendo "Conduta de 
Risco", um nome tosco pra "Michael Clayton", que deu o Oscar (imerecido) pra Tilda Alguma-coisa, o George Clooney me surpreendeu com o seu papel aqui, mas não tinha como competir com o Day-Lewis, vai a dica, se não viu veja, fazia tempo que não saia uma safra de dramas bons como saiu ano passado. A Tharen me ligou da Colômbia sábado a tarde e a gente conversou um pouco pelo Skype, foi bacana ter conversado com ela e saber que ela está gostando de lá, apesar da bagunça da cidade e do povo feio. Domigo, passei um pouco de raiva com o Flamengo, mas tudo bem o jogo tava tão chato que passei mais tempo no msn conversando com o povo do que vendo o jogo, deu pra matar um pouco a saudade do povo de lá. Dei uma de racker e consegui tirar aquela mensagem chata do windows que fica dizendo que minha cópia do xp é pirata, agora tá legalizada de graça, :D e aprendi também a fazer com que não abra tudo quando o computador inicia, outra maravilha. Antes de dormir vi "Os incompreendidos", do Truffaut. Tinha baixado há um tempo e enfim assisti, se eu lembrar e der tempo eu escrevo sobre ele durante a semana. Fui.
ps. sei que parece tolice, mas depois que vi o outono aqui entendi porque eles chamam essa estação de Fall. é o tipo de coisa que se eu for contar pra alguém vão responder, ah tá, e você descobriu sozinho? 

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sábado, novembro 08, 2008

Sigur Rós & Bjork



Esses islandeses e suas músicas legais.

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sexta-feira, novembro 07, 2008

Jupiter Apple vs Skylab

Crumb



Eu estava me perguntando o que faz um documentário sobre a vida de um artista ser bom e o que nos leva a buscar na vida do artista alguma explicação para sua obra, como no poema de Billy Collins em que o poema é amarrado em uma cadeira para que confesse seu significado. Vai ver é essa nossa curiosidade de saber de onde esse cara tirou essas idéias, o que o inspira, qual é o seu processo criativo. E no final das contas parece tão simples, um sujeito que cresceu lendo quadrinhos e desenhando só poderia se tornar um desenhista. Não sei se o filme responde a essa questão dessa forma tão explícita, mas é minha leitura.

Robert Crumb parece ser o sujeito mais certo em uma família de paranóicos. Seus dois irmãos são problemáticos e meio esquizofrênicos, e sua mãe não parece estar longe disso também (suas irmãs sequer quiserem ser entrevistadas para o filme), seu pai, pelos depoimentos parecia ser um cara obcecado em ser normal e que desejava que seus filhos fossem nada mais que cidadãos produtivos para o crescimento da sociedade.

Essa paranóia toda está nos desenhos de Crumb, no sexo deslavado e sujo, nas perversões, nos sujeitos paranóicos, no Mr Natural que é uma espécie de psicanalista do Foont, que toda hora que tem um problema corre atrás do Mr. Natural em busca de uma resposta, uma explicação, um conselho, e claro, o velhinho sempre barbariza tudo.

Por mais irreal que algumas histórias sejam, pelo menos a que li, no final das contas é só uma visão triste e pessimista do seu mundo, do nosso mundo, dos nossos costumes, e acho que os depoimentos de Crumb ao longo do filme revelam isso também. Se de perto ninguém é normal, de longe, no olhar de Crumb, somos seres estranhos gritando por satisfação de nossos desejos primitivos, clamando por aceitação e amor, no final das contas, como se essa fosse a resposta pra vida, se não for, o que pode ser afinal?

A classe média, uma entidade obscura pra mim, mas que vale só como um rótulo para o tipo de sociedade em que estamos, em que tudo se baseia na família, na educação dos filhos, na decência, na moral, na religião, e na produtividade e no consumo, é um completo fracasso (enquanto instituição), e nesse sentido acho que o Crumb tem muito de um Rabelais, em usar figuras grotescas como uma espécie de retrato distorcido de uma realidade tão suja e depravada que não poderia ser representada de outra forma. Só podemos falar da loucura do nosso tempo com loucura, não dá pra reagir com sanidade, como se a arte fosse um retrato do mundo, e a arte pop é um pouco isso, transformar o que é consumo, em arte, dessacralizando essa entidade acadêmica e burocrata. Nesse ponto ele é até coerente em não deixar que seus quadrinhos virem filme, pois estragaria toda a subversão da coisa.

Ele conta que nos anos sessenta, depois de uma viagem de LSD começou a desenhar umas figuras meio estranhas, que eram diferentes do que ele vinha desenhando até então. Claro, seria tolice dizer que uma viagem de ácido criou a genialidade dele, mais do que o fato de ele viver com seu caderno de esboços debaixo do braço. E essa obsessão pelo desenho é provavelmente a melhor explicação para a beleza do seu traço, e o apuro em detalhe dos seus quadrinhos, além de um olhar agudo e sagaz, capaz de perceber aquelas coisinhas que estão ali numa paisagem e nos passam desapercebidas, porque sempre estiveram ali.

ps. lembra daquele disco da Janis Joplin? Sim, Robert Crumb desenhou

_______

Se você ficou triste porque sabe que não há a menor possibilidade da locadora de sua cidade ter o filme, vai lá:

http://rapidshare.com/files/73484224/Crumb.part1.rar 
http://rapidshare.com/files/73492259/Crumb.part2.rar
http://rapidshare.com/files/73501543/Crumb.part3.rar 
http://rapidshare.com/files/73512650/Crumb.part4.rar 
http://rapidshare.com/files/73644010/Crumb.part5.rar

Mais dois presentes. 

Kafka: biografia do tio Francis com ilustrações do Crumb, traduzido. você vai precisar de um leitor de comics que tá incluido no pacote, é super leve.

The book of Mr. Natural, tá em inglês mesmo e se não consegue ler azar o seu, quem mandou matar as aulas de inglês na escola. os arquivos estão em jpg.

ps.: um Hooray pro cara que inventou o compartilhando de arquivos!!!



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quarta-feira, novembro 05, 2008

My Forest Gump day

Todo esse oba oba devido à eleição do Obama e eu aqui, sossegadamente alheio a tudo isso. A história acontecendo ali fora, os fogos de artifício, as pessoas felizes, os comícios acontecendo, jornais publicando artigos já fazendo cobranças, a imprensa do mundo todo eufórica, como se enfim Nero vai entregar os betes, e uma nova era de esperança e properidade para a América e para o mundo nasce. Claro que é histórico, e conhecendo o que a gente conhece da história americana, o tipo de nacionalismo que tem um lado tosco e estúpido... tirem suas próprias conclusões, espero estar errado.

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segunda-feira, novembro 03, 2008

halloween





Como sexta-feira passada foi Halloween, uma festa típica americana, acho que isso merece um post. Meus colegas de casa me convidaram pra ir com eles a uma festa em uma fraternidade, que é como eles chamam as casas onde os estudantes moram. Não me fantasiei, provavelmente porque não estava tão animado assim pra coisa toda e porque não lembrei de sair procurar alguma coisa barata e interessante. Menos mal que eu não era o único não fantasiado lá.

A casa é bem o estilo das casas por aqui, três andares, banheira nos banheiros, uma lareira bem bacana na sala, um jardim bacana nos fundos, escadas e corredores acarpetados, com cara de ser dos anos 40 ou 50, pelo menos, quase tudo aqui nesse bairro tem cara de ser bem antigo, o que dá um certo charme a esse ambiente acadêmico supostamente sério e respeitável.

A decoração estava bem bacana, abóboras, velas, luz vermelha nos banheiros e na sala, tinha até uma Samanta (aquela do Chamado) na banheira de um dos banheiros. Os drinks eram preparados em baldes e com um sistema de chuveirinhos e mangueiras eles enchiam os copos por um dólar, “cosmo” era o gin e Tonica e “screw driver” suco de laranja e vodka, mas também tinha outras coisas que não experimentei e não ousei perguntar o que eram, cerveja tinha Miller, Corona, Heineken, Guinness. Coisa boa não? Em Floripa nos lugares que têm Guinness o preço pode chegar a mais de R$15 uma garrafa, parece preço de vinho, e aqui é tão barato. Nas Liquor shoppes é de ficar louco com tanta marca de cerveja, tem pra todo gosto e bolso.

Voltando a festa, tinha um povo com umas fantasias bem legais e não-usuais, nesse ponto eles são bem criativos. Tinha uma garota fantasiada como “Joe, the plumber”, tudo porque Sara Palin, a candidata a vice-presidente pela chapa do McCaim usou essa expressão pra se referir aos típicos americanos que não fazem nada a não ser ver TV e tomar cerveja o dia todo sendo sustentados pelo governo. Ela parecia um caminhoneiro pra mim, mas enfim, era uma fantasia pelo menos divertida.

O bacana é que conversei com gente da Índia, da Hungria, asiáticos, com um Nepalês, um inglês nascido em Londres, americanos de todas as partes do país, com uma americana que visitou Florianópolis com a família em 2002. Foi super bacana, no fim das contas, apesar da música não estar do meu gosto, mas já cheguei a conclusão que nunca vai estar mesmo, então, deixa pra lá. 

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