BeatBossa

domingo, novembro 23, 2008

Blindness

Enfim, vi o filme. Vou evitar fazer comparações com o livro, dado que não dá pra colocar um livro da densidade do Ensaio dentro de duas horas de película sem cortar alguma coisa. Senti que faltou um pouco da densidade que os diálogos têm no livro, minha impressão é que se fala muito pouco no filme, é um filme que valoriza o visual, é um filme pra ver, não para ouvir. E prestar atenção nos detalhes é importante. Afinal, não temos delimitação temporal, não sabemos que época do ano era quando entram, nem quando saem. Vide a cena em que a mulher do médico(juliane moore) começa a chorar porque esqueceu de dar corda no relógio, como se saber as horas fosse o último laço que ela tivesse com a realidade. Juliane por sinal está fantástica, e não consigo imaginar outra atriz que fosse capaz de fazer esse papel, talvez uma Cate Blanchet. Tem uma opção estética interessante no filme, há momentos, cenas que começam escuras ou embassadas e vão clareando, e outras que começam brancas, embassadas e vão se definindo, como se o diretor cegasse o espectador momentaneamente e o deixasse criar a imagem a partir apenas dos sons, sussurros, gemidos. O filme também tem um clima de drama do início ao afim, e parece que o caos do trânsito no início, é apenas uma contra-partida do caos depois que as pessoas não conseguem mais dirigir. Eu fico imaginando o trabalho que deu pra sujar as ruas de São Paulo daquele jeito, os carros jogados, a quantidade de figurantes, mas tudo tem um baita realismo e parece mesmo ficção científica imaginar uma cidade do tamanho da capital paulista parecer deserta ou o cenário de uma desolação daquele tipo. Isso me lembra de um filme sobre uma epidemia que se espalha pelo mundo e tem umas cenas filmadas em Londres, tive a mesma impressão, só que ao invés de ficarem cegos, no outro filme eles viram zumbis (não consigo lembrar o nome do filme). Eu queria descobrir qual a música que toda no final, alguém sabe? no Imdb não achei a informação. Duas cenas ótimas: depois que eles saem da clínica e começa a chover. a alegria deles é lindíssima, e o banho de chuva das mulheres na varanda, o prazer de algo tão simples como um banho.

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