BeatBossa

domingo, setembro 30, 2007

cartola, o filme


Finalmente consegui ver o filme que eu perdi de ver no cinema. Talvez no cinema eu tivesse uma impressão diferente do som, da cor, da textura do filme. Bom, vamos lá. Um filme sobre o Cartola, mesmo que seja ruim, vale a pena ser visto porque Cartola além de ser um dos maiores sambistas do país foi um personagem em tanto, assim como outros figurões como Noel Rosa ou Pixinguinha, que ajudaram a criar essa música sensacional que é o samba. Claro, como todo bom personagem que se preze, teve uma vida cheia de altos e baixos. Fez de tudo um pouco na vida. Engraxate, pedreiro, lavador de carros, dono de bar... e era um talento nato. Nunca foi dado aos estudos, e não me consta que sequer tenha terminado o ensino fundamental. Quem o ouviu, sabe que escreveu algumas das cancões mais belas escritas em língua portuguesa, como "As Rosas não Falam", e "O mundo é um moinho", ou mesmo "Divina Dama", que provavelmente vocês já devem ter ouvido por aí na boca de um Nei Matogrosso, de um Cazuza, ou de um Chico Buarque, respectivamente. Aliás, ponto interessante do filme é a interpretação de algumas canções suas por personalidades do samba, como Elza Soares, Beth Carvalho. O filme também traz depoimentos de outros personagens do samba carioca, como Carlos Cachaça, Nelson do Cavaquinho, Zé Ketti, Nelson Motta, Sérgio Porto, que foi quem re-habilitou Cartola nos anos 60. Se Cartola apenas gravou seu primeiro disco em 63, imagine o que há de imagens dele? Sim, uma coisinha aqui, outra ali. Ele sendo entrevistado mesmo, muito pouco. Tem o programa ensaio da TV Cultura, que aliás foi feito com ele e com Leci Brandão. No Dvd ele tá na capa, mas de fato o programa foi gravado meio a meio, bom, mas tem até a Dona Zica nele. No final o filme resulta numa colagem dessas coisas, e algumas partes encenadas, como a infância dele. Tem algumas coisas que ficaram meio soltas no filme. Quando ou quem viu acho que vai perceber, mas não vou falar aqui. Pra quem viu, se alguém quiser me explicar o que é aquela cena com o esqueleto eu agradeço. O Brasil é cheio de personagens interessantes que precisam ser resgatados, antes que as pessoas, ou eles acabem morrendo. Foi interessante o que fizeram com o Chico, com o Vinícius, Cazuza, Villa-Lobosagora com o Cartola. Só falta esse povo se ligar e fazer cinema com personagens como o Tom, a Elis, Noel Rosa, Renato Russo, Raul Seixas, Nara Leão. Só que faltam ainda bons contadores de histórias, bons biógrafos, como o Fernando Morais, ou o Ruy Castro.

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quarta-feira, setembro 26, 2007

árido movie


Baita filme. Tem umas coisas que parecem não se encaixar no enredo. Como os amigos do Lucas que vão para Rocha para o funeral e acabam só bebendo e fazendo festa e invadindo uma plantação de maconha, claro que se dão mal. Mas tem uns personagens interessantes, como o Zé Elétrico, personagem do Zé Dumont, e o Zé Celso Martines como o Meu Velho, A Giulia Gam, como Soledad, "Por que Soledad?", "Por que não?". É um quase road-farnorthest-movie, ou tudo isso mesmo, com umas pitadas de Glauber, com essa coisa do messianismo que é um traço da cultura nordestina, mas aqui tem a figura do índio, ou do descendente pelo menos, Wedja, Zé Elétrica, o Jurandir, mas como o faroeste macarrônico do Sergio Leone, em alguns momentos o cenário toma conta da tela e se torna um personagem, e os personagens parecem só enfeitar, ou dar lugar para o espaço acontecer enquanto evento, não como espaço apenas, mas o espaço parece mover, atuar, dirigir os acontecimentos também, porque aquilo ali, aqueles eventos só podem acontecer ali. Como em "um drink no inferno" (from dusk till down) do roberto rodrigues, onde no momento em que entram no bar parecem ter entrado em um universo paralelo e as leis do mundo dos homens não valem mais ali. Rocha também parece ser um lugar assim. Como Lucas quando chega na cidade pergunta para o Zé se falta muito para chegar, e ele responde que ele já chegou, esse é o sentimento, estar num lugar sem se dar conta de estar, chegar meio que sem saber, e estar ali ainda sem saber porquê, buscando não se sabe o quê. Essa confusão toda pode ser o forte, e também o fraco do filme. Alguns dirão que até o momento em que Lucas enterra o pai, tudo acontece como o previsto, o enredo caminha direito, e depois desanda. Acho que o filme desenda no momento em que Lucas fala com sua avó e recebe a arma dela. O mundo dele desanda também, porque ele não sabe o que fazer com aquela arma. Não é uma luta dele, é algo que qualquer jagunço ali faria e até pagaria pra fazer, mas a missão é dele. Ele tem um fardo que não quer. E as estórias paralelas, o Meu Velho que tem uma fonte de água benta, a plantação de maconha, a politicagem na cidade, também transitam por ali, nessa confusão e calmaria ao mesmo tempo que parece ser aquela cidade. até que acaba e você não sabe realmente o que aconteceu. o filme não te dá respostas, te deixa com dúvidas.
Agora estou curioso para ver o que o Lírio Ferreira aprontou com o Cartola (Cartola, música para os olhos), depois que eu ver eu conto.
ps. A Suyane é um absurdo de mulher, a pocahontas brasileira.

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quarta-feira, setembro 19, 2007

nina simone

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sexta-feira, setembro 14, 2007

human condition


Esses dois merecem crédito. Faço fiado pra eles sem pensar. Isso me lembra da ética de Aristóteles, ou da ética que você quiser. No final das contas, espero que você tenha um tigre de pelúcia pra abraçar também, senão você está fodido, assim como eu, que não tenho.

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quarta-feira, setembro 05, 2007

earth intruders


Falem o que quiser, mas ela é muito foda. E se der certo vou pra ctba ver ela em outubro.

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domingo, setembro 02, 2007

surto

Eu só queria ser feliz
dia de festa, não o
atrapalho do desespero, não
a loucura dos títeres e mulambos.

Mas eu quero essa insanidade
de bolso, esse desvairio que me faz
e alguém capaz de pirar
como quem surta diante da beleza de um poema.

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16.500 visitantes. em novembro faz dois anos que esse blogue está no ar!

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