BeatBossa

terça-feira, abril 28, 2009

Porque eu parei de ler revista masculina (mas ainda não resisto e compro uma de vez em quando)

Não precisa ser muito esperto pra perceber que todas as revistas masculinas tratam seus leitores como homens solteiros, bem sucedidos, que trabalham em escritórios, não querem compromisso sério com mulheres, tomam cerveja na sexta com os amigos e cujo principal passatempo é ver futebol ou jogar futebol.

Daí, com o passar do tempo, como você, homem normal, que talvez se encaixe apenas no quesito gostar de um churrasco com os amigos, ou ver um futebol de vez em quando, vai perceber que as matérias são sempre as mesmas. Pega a Men’s Health por exemplo. Todo mês tem uma matéria sobre diminuir a barriga, ou aumentar o bíceps, dicas de paquera, ou como melhorar o desempenho na cama. Ou seja, a revista é voltada para aqueles retardados que vão todo dia pra academia porque são inseguros com o próprio corpo e logo são inseguros na cama. Além é claro daquelas pitadas de ciência: cientistas da universidade X mostram que comer berinjela no café da manhã dá mais disposição. Playboy e VIP são a mesma merda, mas não fazem questão de dizer que são nada além de revistas mostrando o corpo das mulheres que todo mundo gostaria de comer, e com matérias para você ter sobre o que conversar no bar ou durante a pausa pro cafezinho no escritório (viu, acabei de usar um clichezão aqui). Sim, tem umas entrevistas bacanas, artigos bacanas às vezes, dicas de viagem, dicas sobre carros, pra caras como eu que não cresceram ajudando o pai a fazer pegar o fusca ou a brasília. Ou seja, mastigadinho, você aproveita umas duas matérias de cada revista dessas.

Daí o sujeito, navegando inocentemente na internet se depara com um site como esse (Papo de Homem) e se dá conta que quando ele pensava que não havia a possibilidade de aparecer mais uma revista pra te chamar de alienado por tabela, os caras conseguem criar um blogue reunindo todos os estereótipos possíveis de sujeitos para escrever sobre os mais comuns casos da vida masculina. Feministas devem ficar enojadas com esse tipo de coisa, e não tem como não dar razão pra elas. Mas o oposto também vale, as revistas femininas ainda só falam com o estereótipo, já que as mulheres não sabem mais cozinhar e cuidar dos filhos, que pelo menos sejam boas de cama e cuidem do seu corpo.

Quando vejo reações de praticamente ódio contra pessoas como a Mallu Magalhães (acho que é o mesmo tipo de sentimento que estimula o racismo, a homofobia, o ódio entre religiões, etc), percebo que tudo está relacionado, a lei é: não seja diferente, seja igual. Não importa quem ou você é, todo mundo está desesperado pra te colocar dentro de uma gavetinha com um rótulo, é a síndrome de Aristóteles, e se você for um pouco diferente então... 

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fazia algum tempo que não escrevia uma crônica. Acho que ando meio amargo, não sei se é influência dos caras que ando lendo com frequência (Alan Sieber, Arnaldo Branco, André Dahmer, Onion), ou vai ver é só a constatação de estar vivendo num mundo idiota, e que é tão difícil escapar disso. Se você quer falar sobre filmes e livros, é um pseudo-intelectual, se você tentar conversar sobre outras coisas vê que não tem assunto, e como falar de mim mesmo não é meu assunto favorito... sei lá então. Acho que preciso de uma personalidade nova.

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sábado, abril 25, 2009

Versinho

Hoje eu vou brincar de felicidade
anotar na mente um pensamento
mesmo que pela metade
tirar um cochilo
e acordar
para as outras verdades.
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Tirinha do Arnaldo Branco sobre os poetas:


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quinta-feira, abril 23, 2009

MInha pátria é minha língua

quero minha língua de volta. você percebe que tá perdendo a sua língua quando começa a xingar em inglês. negócio estranho. às vezes digo um "puta que pariu" pra mim mesmo só pra não esquecer. 

Além disso, como tenho escrito muito em inglês também, quando aparece uma palavra no word em português no meio do inglês (já que estou discutindo fatos do português brasileiro) o word sublinha como errado. Fica aquela coisa, nossa, escrevi errado essa palavrinha tão fácil? "muito" no caso. É quando você percebe que palavra estranha é essa "muito". Parece nome de salgadinho feito de mandioca:

- Garçon, traz mais uma porção de muito e uns predicados pra gente beliscar.


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quarta-feira, abril 22, 2009

Manda uma gelada aí

Puta merda, eu gosto muito de Miller. Mas todas as que tomei aqui parecem mijo (tirando o fato de que eles não servem cerveja gelada), Budweiser a mesma coisa. Pense numa cerveja bem mais ou menos. Final de semana passado, janta após uma conferência e pego sem perceber que a Amstel, que é uma cerveja holandesa, boa por sinal, era a versão Light. Pensa numa cerveja que poderia muito bem ser qualificada como "suco de sabugo".
Das duas uma: ou a Miller que a gente bebe aí é feita no Brasil e é diferente; ou estão vendendo suco de mijo doce pra gente pintado de cerveja cool. Acreditem, aqui ninguém toma Miller (a massa talvez, já que é bem barata). A Heineken, ou uma Samuel Adams chegam a ser quase 30% mais caras. o six-pack.

segunda-feira, abril 13, 2009

Vai ver não é nada disso


Saiu na New Yorker essa semana. Tô perdido nessa terra distante chamada Academia, mas especificamente num vilarejo chamado Tese. Quando der eu apareço

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