BeatBossa

domingo, março 29, 2009

Watchmen Parte 2

Não, o filme não vai ter sequência. Só pra avisar que o texto abaixo é um amontoado de idéias e não é pra ser considerado uma "crítica", é só a minha opinião, que depois fui ver por aí muita gente concorda. Tenho costume de escrever primeiro o que penso sobre o filme e depois ler as críticas dos outros. O fato de elas coincidirem em alguns aspectos é coincidência, excluindo o caso da crítica da folha sobre as cenas de luta, que eu subscrevo.

Allan Moore não quer ver o filme: não viu e não gostou.
Ilustrada sobre o Preview

Críticas em Inglês, recomendo são boas, bem escritas.

O livro vs o filme

Crítica

Aqui uma noticia dizendo que as pessoas tem saído do filme na metade porque é muito longo.
Provavelmente é o crédito de abertura mais longo da história, acho que dá pra comparar com um filme do Sérgio Leone que eu esqueci o nome agora. Nos comentários as pessoas dizem não ter visto ninguém sair no meio do filme, mas afirmam indignadas que pais têm levado crianças ao filme sabendo que o filme é classificado como R (restrito), e tem uma cena de sexo no meio que dura bem uns tres ou quatro minutos e com enquadramentos que mostram todos os dotes físicos da atriz.
Se a HQ em si está longe de ser um quadrinho de heróis para adolescentes, por que raios o filme seria?
Acho que dá pra entender eles acharem o filme longo, como pessoas que cresceram vendo filminhos de 3 a 5 minutos vão suportar manter a concentração por mais de duas horas? claro, tomando dois litros de coca-cola durante o filme também ninguém aguenta duas horas e meia sem ter que ir ao banheiro no meio do filme. Sorte nossa, azar do carinha que foi ver o filme depois de ter tomado umas, o cara caiu escada abaixo e literalmente se esborrachou e vomitou no belo carpete vermelho do cinema. Perdemos uma cena, aquela em que o comediante visita Moloch bêbado e chorando, e uma pausa de uns 14 minutos pra tirarem o cara dali e limparem a sujeira. Nesse meio tempo, deu pra dar uma corrida ao banheiro.

Outra crítica

Entrevista com Allan Moore falando do livro. Explica muita coisa.

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sábado, março 28, 2009

Watchmen

Claro, vou falar também do filme, porque tem muita "crítica" superficial por aí. E nada como uma conversa de boteco com gente inteligente para você perceber que o que você viu faz sentido ou o que as outras pessoas viram também faz sentido. Vai ver, estamos todos delirando juntos.
O filme é um cocô enquanto filme, enquanto cinema: aquele truque tosco que ninguém gostou nas cenas de ação de 300, o diretor usa novamente aqui. Não acrescenta nada pra cena. Eles são Heróis em um sentido, mas o único que vemos usando "superpoderes" é Dr. Manhattan, os outros apenas parecem ser mais fortes e rápidos que as pessoas normais, como o Batman por exemplo, que nada mais é do que um homem forte que fez umas aulas de karatê e tem um cinto de utilidades. Os créditos iniciais são extremamente longos, mas não se engane, porque muita informação importante está passando nos créditos enquanto você se distrai lendo os nomes das pessoas que fizeram o filme: vemos uma heroína lésbica dos anos 40 ser assassinada, heróis daquela época se aposentando, um herói matando o presidente kennedy (esse informação é chave), e pelo que entendi esses heróis eram como vigias (watchmen), onde houvesse um problema eles apareciam. A trilha sonora é ótima, quer dizer, as músicas são muito boas, mas sabe aquela sensação de "putz, não encaixou". Mesmo nos créditos iniciais, tocando "the times they're changin" do Bob Dylan, claro, a música tem um significado aí que não teria no livro: uma lição de que apesar da canção falar da mudança dos tempos que está vindo, parece que eles mudaram de fato, mas para pior. Numa fala significativa do filme: O Coruja Noturna pergunta ao Comediante:
- O que aconteceu com o sonho americano.
Enquanto isso o comediante explodia hippies numa manifestação.
- Olhe a tua volta: ele aconteceu.
no original "it came through".
Outra cena dispensável: a cena de sexo entre o Coruja Noturna, que parece só conseguir uma ereção se estiver fantasiado, e a Espectra. Não que eu não tenha adorado ver o corpo fabuloso dela se contorcendo por uns bons quatro ou cinco minutos, e sua melhor interpretação no filme foi o momento do orgasmo. tudo isso sob "Halleluijah" do Leonard Cohen, dispensável (adoro, a música, por favor, não me interpretem mal).
Não sei se isso tudo argumenta a favor do meu ponto: enquanto cinema, Watchmen não tem nada demais, nem os efeitos, nem som, nem edição. Tem tudo que um filme de super-herói tem, mas em termos de edição de imagem e som tá bem atrás do nível que filmes com "Dark Knight" e "Ultimato Bourne" conseguiram, filmes de ação que traçaram novas marcas de qualidade pra filmes de ação (com certeza, os dois melhores filmes de ação da década).
Agora vamos falar bem do filme, ou melhor, da história, coisas que não são óbvias, ou não tão óbvias assim, por isso não leia se não viu o filme ou o livro, ou se quiser ler não me responsabilizo pelos eventuais spoilers. Dica 1: não é um filme de super-herói do mesmo tipo que é Batman ou Homem-Aranha, tente ver o filme como um filme de heróis sobre heróis, é metalinguagem em essência, um ensaio: o que aconteceria se tivessemos super-heróis andando pelas ruas (o que "os incriveis" fez, mas para crianças). Há uma lição aí também, nesse papel dos heróis na sociedade, lembra do Superman, num dos filmes ele pega todas as bombas nucleares e joga elas no sol. Aqui, o equivalente ao Super-man, o Dr. Manhattan é um físico nuclear! que trabalha num centro de pesquisa militar! que foi ao vietnã estraçalhar vietcongs! Cena fundamental: Dr. Manhattan e o Comediante estão num bar, no vietnã, tocando Janis Joplin ao fundo, quando chega uma mulher grávida e diz que o filho é do Comediante. Eles discutem, ela quebra uma garrafa e faz um corte na face dele. Ele puxa a arma. Dr. Manhattan pede para ele não fazer isso, mas ele atira assim mesmo. o Comediante diz:
- Você podia ter me parado, porque não fez?
- ...
- Você não dá a mínima pra humanidade.
Viu: o supostamente bom herói nada mais é do que alguém sem coração, que não dá a mínima pra humanidade.
E qual deles dá, afinal? o Comediante é a encarnação de tudo que há de ruim nos seres humanos: fuma e bebe, é extremamente violento, é grosseiro, age por impulso, egoísta, niilista. E repara na cena em que ele queima o mapa na reunião dos heróis. Há também uma fala significativa de Adrian nessa cena: "Nós podemos fazer muito mais. Nós podemos salvar o mundo... com a liderança correta." Ele é um homem inteligente, e admira Alexandre, o Grande. Que foi aluno de Aristóteles. Claro, ele vai se comparar a um Alexandre moderno. E ironia final é que ele precisa matar alguns milhões de pessoas para conseguir a paz, ele não é um cara mau, ele só quer a paz. Mas acaba fazendo algumas maldades pelo caminho pra conseguir isso.
Mais um ponto contra o Dr. Manhattan, ele larga a mulher, que começa a envelhecer por uma jovem, mais nova e mais bonita, mesmo jamais conseguindo esquece-la.
Rorschach, pra mim, de longe a melhor interpretação e o melhor personagem: complexo, inquisitivo, forte e ágil, mas sem super poderes, ele é introspectivo, ele calcula. Ele é o oposto de um Wolverine, por exemplo, que é só instinto. Ele tem valores, caça um pedófilo por exemplo, se recusa a guardar a mentira, por isso terá que morrer. É atormentado: clichê criança vê a mãe fazendo o que não deve (possivelmente uma prostituta); também na infância, o franzino e pequeno garoto é atormentado pelos garotos maiores e mais fortes da rua. Mas Rorschach não é um garoto comum e essa cena é uma das melhores do filme. Quando ele está na prisão também temos uma cena ótima. Na linha de servir do bandejão da cadeia, o ambiente começa a se formar para uma briga, e o corte para a banha fervendo, que parece desproposital quando tudo está em paz, vai se revelar profético minutos depois. Um homem tenta atacar Rorschach, como é mais rápido, antes que o homem se dê conta Rorschach está despejando a panela de banha quente na cara do sujeito: aí vem outra fala ótima, com aquela voz fabulosa dele:
- Vocês não percebem... Não sou eu quem está trancado aqui com vocês... VOCÊS é que estão trancados aqui comigo!
Tem algo de profético também na estória: imagine se os Estados Unidos tivesse vencido a Guerra do Vietnã, como seria a América? no fundo, o que vemos são heróis servindo de joguete político nas mãos de Nixon: o Comediante tem uma foto com o presidente em casa, é ele que vemos assassinando Kennedy, é ele que vemos explodindo protestantes contra a guerra, é ele que vemos tocando fogo em vietcongs. foi o Dr. Manhattan que foi chamado para terminar a guerra, como uma espécie de apocalipse ele aparece, explode alguns vietcongs apenas com o pensamento e em pouco tempo os rebeldes se rendem a ele. Mas lembrem, estamos nos anos oitenta, Guerra Fria, os americanos cagando de medo que os Russos tentem atacar a américa; como sabem se um atacasse o outro usando material nuclear estaríamos todos fodidos e um riscaria o outro do mapa assim como o resto da vida na terra. Bacana é a referência a "Sala da Guerra" do Dr. Fantástico do Kubrick, filme que fala também dessa paranóia do medo de um ataque nuclear, mas que deixa a mesma lição que Watchmen deixa: quem protege a gente dos heróis? no caso do Dr. Fantástico, quem protege a américa de si mesma?
Se o objetivo da história era descontruir o gênero "super-herói" acho que consegue. O vilão, supostamente, não é tão vilão assim, ele não quer conquistar o mundo. ele já é rico, inteligente, ele quer a paz (contraditório não, pra um vilão?). Os heróis são problemáticos: bebem, envelhecem! se aposentam, tem problemas com a mãe. Veja, nos clássicos, os heróis não tem família: homem aranha foi criado pela tia; batman é órfão; superman é um alien criado por uma família de terráqueos; hulk é um cientista, cientistas não tem tempo pra família; os W-men todos abandonam suas casas, porque a família não os aceita. Aqui não, os Watchmen tem os mesmos problemas que nós temos, eles tem uma essência humana (que talvez só o último Batman tenha), eles são atormentados por garotos na rua, eles tem problemas com a mãe, eles tem traumas de infância, eles são egoístas (como o cristão que faz o bem não porque quer fazer o bem, mas só o faz pra não ir pro inferno), eles enlouquecem (repara nos créditos iniciais).
Falei demais, a história tem muito mais do que o olho vê, claro (repara na cena do Vietnã: toca Cavalgada das Valkírias, mesma música que toca numa cena clássica do Apocalipse Now do Coppola), também nos créditos iniciais, tem gente que disse que viu o David Bowie e o Mick Jagger na cena em que Adrian revela sua identidade ao mundo, Andy Warhol pintando heróis, etc. Enfim, acho que tudo isso reforça o meu ponto: a história é boa, o filme... o que tem de bom, tem porque a história é boa.

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terça-feira, março 24, 2009

algum clichê sobre o tempo

Provavelmente não vou fazer a metade do que eu queria fazer aqui. Sabe aquela sensação: puta merda, se eu pudesse gastar us$30 pra ver um show de jazz, a dave mathews band, o devotchka, o peter, bjorn & john e outras tantas coisas que aparecem por aqui toda semana. Acho que eu não suportaria morar em nova york por exemplo tendo grana só pra viver. já pensou, você morando numa cidade onde tudo acontece e você não poder usufruir disso? mas é esse o sonho americano, ganhar dinheiro pra poder comprar coisas. e poder ver um show, sentar num bar e pedir um drink de us$10 é ter o poder de pagar pra isso. eu não quero um novo toyota, um novo tenis adidas, um mac book, uma calça levi's, eu só queria ter grana pra ir a todos os shows que eu quisesse, comprar todos os livros e dvds que me desse na telha, uns vinis do Miles Davis, Woody Guthrie e Robert Johnson em 78 rotações, enfim... um dia eu chego lá, com o meu sonho americano.
Chicago é uma cidade fabulosa, e espero ainda que o tempo colabore no dia que eu decidir me dar folga os parques estejam bem verdinhos e o céu bem azul, pra que eu possa ir ao zoológico, ao jackson park e aos outros museus que não visitei ainda. o tempo, tá voando: mais três meses de américa.

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sábado, março 21, 2009

Eu Matei Lúcio Flávio (Antonio Calmon, 1978)

Produzido e estrelado pelo próprio Jece Valadão esse filme me impressionou pelo que tem de bom e pelo que tem de ruim. Mas de alguma forma essas duas coisas se complementam. Filme brasileiro nos idos dos anos 70 e 80 enchia sala de cinema e era atração popular. Filmar a história verídica de um leão-de-chácara (segurança de bordel) que vira polícial no Rio e comando o que ficou conhecido como o Esquadrão da Morte. Eles acabam virando celebridades até o ponto em que a burguesia fica descontente com o mostro que criou e percebe que ele saiu do controle. É quando começa a corrupção na polícia, policial matando policial, policial se aliciando com bandido, os bandidos criando raiva da polícia. Ou como diz uma das frases iniciais do filme: a polícia existe para proteger a sociedade daqueles que estão à margem dela. E é o que acontece até hoje, não mudou nada. Até o privilégio da presunção de inocência não existe mais: todo mundo é suspeito. Não pretendo uma análise sociológica da época, porque conheço muito pouco daqueles idos. O contraste no filme fica pelas marcantes cenas de violência sonorizadas por músicas de Roberto Carlos. Daí aparecem aquelas opiniões burras do tipo: a jovem guarda foi parceira de ditadura, iludiu o povo enquanto o exército fazia o que queria com o país. Quem conhece história e tem uma família normal sabe que naqueles idos quem fazia sucesso com o povo era o Roberto Carlos mesmo e outros tipos bregas. A elite, uma certa burguesia universitária escutava Chico, Caetano, Gil e outros bambas. Se o meu raciocínio tá correto a música ali não tem motivo de contraste nenhum, é apenas uma trilha que reflete o gosto popular da época (tem Lídia do Chico no começo, e muitas do Roberto). De certa forma, o filme tem um lado Tarantino de estetizar a violência. Jece é aquele malvado carismático, nos 90 min de filme vai pra cama com pelo menos umas 6 mulheres diferentes, mas no fim, se deixa entregar à polícia, porque queria enterrar a amada que morreu. Ou seja, ele não é de todo um ser apenas mal. Sua vida não é perseguir e matar bandido apenas, mas também é entrecortada por passeios nas boates, e noites com prostitutas e amantes. Como contraste, veja o típico tira americano que pelo amor à polícia acaba solteiro, ou divorciado, e no final do dia o único lugar que tem pra ir é o bar, onde só tem homens. Jece, no caso, o personagem vivido por ele Mariel Maryscotte é o malandro que entrou pro sistema, era um líder que a polícia precisava para comandar um bando de assassinos, com o suposto objetivo de limpar as ruas do Rio. As consequências disso a gente sente hoje, quer dizer, os cariocas sim devem sentir as consequências.

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quinta-feira, março 19, 2009

sem título

Ando preguiçoso pra escrever. Por isso só tenho postado bobagens ultimamente. Além do que tenho a sensação de que a linguística me suga a criatividade, como se fazer ciência e literatura ao mesmo tempo fossem coisas incompatíveis pra mim. Vai ver é só falta de uma disciplina que não tenho. Escrever é prazer e linguística é meu ganha pão, além de ser divertido também. Afinal, foi o que me deu a oportunidade conhecer vários lugares no Brasil e vir pra cá. Se um dia vou ser um grande linguista não sei.

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sexta-feira, março 06, 2009

Eita Brasil

Por isso que eu digo, não precisa lutar contra a Igreja (a instituição, seja ela de que orientação for), eles se auto-suicidam:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u530540.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u530525.shtml

Eu acho que religião não se discute. Cada um acredite no que quizer, só que preocupa a importância que dão (ainda) para o que um bispo fala.

Fatal (Elegy, 2008)

Vai ver esse é mais um caso de adaptação de título cujo significado em português não tem nada a ver com elegia, que é uma palavra que a gente tem também, mas que provalvemente quase ninguém conhece o que significa, então, vamos dar um título mais sexy pro filme. Sir Ben Kingsley e Penélope Cruz vivem um professor universitário e crítico cultural e aluna que se apaixonam. Nada demais nesse enredo. Só que David (Ben K.) não acredita em casamento (um divórcio no histórico) e chega aos 60 sem ter tido um compromisso sério depois que se separou da mãe do seu filho, Kenny. Consuela (Penélope) é jovem, recém formada (o professor pelo menos é ético ao só sair com as alunas depois que elas deixam de ser suas alunas) é seduzida pelo charme e pelo conhecimento desse homem que conhece de tudo um pouco. Entretanto, esse homem que sempre soube como administrar sua vida amorosa, evitando compromissos e não se deixando envolver se vê perdidamente apaixonada bela beleza e por Consuela. Numa fala do filme, George, poeta nova-iorquino amigo de David (Dennis Hopper), diz que "a beleza não deixa a gente enxergar a pessoa" (ou algo do tipo). David não está apenas viciado na beleza de Consuela, é uma espécie de amor obcessivo, que luta com outro sentimento em David: o medo de perdê-la. Como ele não consegue largar ela, acaba não indo na sua festa de formatura. É quando ela para de procurá-lo. Sua vida desmorona, e com a ajuda do amigo George, ele volta a trabalhar e retoma seus afazeres. No olhar, aquela tristeza de quem espera um trem que sabe que não vai chegar. Longe de ser um grande filme, as atuações de Ben e Penélope são discretas, competentes. Baseado no romance de Philip Roth (The Dying Animal), o filme tem mérito ao discutir temas sempre pertinentes como o medo da velhice, a relação entre um homem 30 anos mais velho do que uma mulher, ou mesmo a relação aberta que David mantém com Carolyn, o que no Brasil a gente chamaria de uma amizade colorida, que dura há 20 anos. O melhor de tudo é um pequeno retrato de cabeça de um homem inteligente, culto, lido, que não sabe lidar com os próprios sentimentos (o eterno mote dos filmes de Woody Allen): desejo, culpa, medo, nesse caso, estar com uma mulher absurdamente bela como Consuela era viver o risco constante de uma hora ela simplesmente realizar que há homens mais belos ou mais interessantes no mercado, e o mais importante, jovens. Como David vivia nessa tensão decide tomar a frente e acabar o relacionamento, só que ele simplesmente não conseguia fazer isso, por estar ligado demais a ela. O final é triste e um tanto inesperado. O que nos faz pensar que a beleza de fato é transitória, um dia ela acaba; Ou não, talvez é a gente que muda, e apenas não vê mais o belo no que era belo, ou começa a enxergar com outros olhos o que antes não se conseguia ver. E a lição não é que o objeto muda, nesse caso, a arte, um livro, uma música, uma pessoa mesmo, quem sabe? foi a gente que mudou, e consequentemente, nosso olhar mudou também.
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Uma frase que gostei no filme:
"- Quando faz amor com uma mulher, você se vinga de todas as coisas que te derrotaram na vida".
Depois de ouvir isso, e depois do filme do Zizek abaixo eu me pergunto como os psicanalistas conseguem manter uma ereção e ter uma vida sexual saudável (se é que eles conseguem isso).

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quinta-feira, março 05, 2009

Dó dessa geração digital

Saudade do tempo em que ensaio sensual era uma mulher de verdade, bonita de verdade, e não uma qualquer que um suposto caça-talentos achou na rua, ou conhece alguém que conhece alguém que apresentou ela pra ele.
veja essa guria e essas fotos: http://www.clicrbs.com.br/colirio/jsp/default.jsp?action=galeria&garota=ana_luiza&galeria=2
Admito que gosto de ver uma mulher pelada de vez em quando, o homem que diz que não tá mentindo. Agora, fala sério, se for pra ver uma mulher de plástico... sou mais anime japonês ou a Sheera. Olha a cara dessa guria? pior do que as pseudo-modelos que saem do bbb.
Aqui rola muito photoshop tb, mas o olhar da Ana Paula põe no chinelo a guria ali de cima:
http://www.revistasgratis.ws/tag/playboy/ana-paula-tabalipa/22/2008/

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quarta-feira, março 04, 2009

Guia do Pervertido do Cinema (2006)



O filósofo esloveno Slavo Zizek faz um passeio dentro dos filmes clássicos e dá uma aula de psicanálise ao mesmo tempo, quase um "tudo que você sempre quis saber sobre psicanálise mas teve vergonha de perguntar" (ilustrado com cenas de filmes). Altamente recomendável ver os filmes antes, senão, ele não tem escrúpulo algum em te contar o final do filme. Básicos: Hitchcocks: Os Pássaros, Psicose, Um corpo que cai; David Lynch: Veludo Azul, Estrada Perdida, Mulholand Dr., Coppola: the conversation (não vi!); Chaplin: o grande ditador e cidade das luzes; Andrei Tarkovsky: solaris e stalker. Esses são os essenciais, a lista completa tem no imdb.com. o bacana é que ele comenta os filmes de dentro do cenário dos filmes. A foto no barco é na baía onde foi filmado os pássaros, ela passeia pela matrix, pela casa no Norman Bates (Psicose), no apartamento de Conversação, locações de Um corpo que cai em São Francisco.
Recomendo também o livro dele "Bem Vindo ao Deserto do Real", que é o que o Morpheus fala ao Neo numa das cenas de Matrix.
Se você usa o emule, aqui tem o filme

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segunda-feira, março 02, 2009

Contradições da economia

Tá ai um troço que eu não entendo:
- Bovespa acompanha mercados externos e perde mais de 4%.
é a crise, vai dizer você
Que crise?
- HSBC tem lucro recorde no Brasil
- Lucro da Volks cresce 15%
- Balança tem Superávit em Fev
só que as exportações diminuiram em comparação com o ano passado.