BeatBossa

quarta-feira, setembro 26, 2007

árido movie


Baita filme. Tem umas coisas que parecem não se encaixar no enredo. Como os amigos do Lucas que vão para Rocha para o funeral e acabam só bebendo e fazendo festa e invadindo uma plantação de maconha, claro que se dão mal. Mas tem uns personagens interessantes, como o Zé Elétrico, personagem do Zé Dumont, e o Zé Celso Martines como o Meu Velho, A Giulia Gam, como Soledad, "Por que Soledad?", "Por que não?". É um quase road-farnorthest-movie, ou tudo isso mesmo, com umas pitadas de Glauber, com essa coisa do messianismo que é um traço da cultura nordestina, mas aqui tem a figura do índio, ou do descendente pelo menos, Wedja, Zé Elétrica, o Jurandir, mas como o faroeste macarrônico do Sergio Leone, em alguns momentos o cenário toma conta da tela e se torna um personagem, e os personagens parecem só enfeitar, ou dar lugar para o espaço acontecer enquanto evento, não como espaço apenas, mas o espaço parece mover, atuar, dirigir os acontecimentos também, porque aquilo ali, aqueles eventos só podem acontecer ali. Como em "um drink no inferno" (from dusk till down) do roberto rodrigues, onde no momento em que entram no bar parecem ter entrado em um universo paralelo e as leis do mundo dos homens não valem mais ali. Rocha também parece ser um lugar assim. Como Lucas quando chega na cidade pergunta para o Zé se falta muito para chegar, e ele responde que ele já chegou, esse é o sentimento, estar num lugar sem se dar conta de estar, chegar meio que sem saber, e estar ali ainda sem saber porquê, buscando não se sabe o quê. Essa confusão toda pode ser o forte, e também o fraco do filme. Alguns dirão que até o momento em que Lucas enterra o pai, tudo acontece como o previsto, o enredo caminha direito, e depois desanda. Acho que o filme desenda no momento em que Lucas fala com sua avó e recebe a arma dela. O mundo dele desanda também, porque ele não sabe o que fazer com aquela arma. Não é uma luta dele, é algo que qualquer jagunço ali faria e até pagaria pra fazer, mas a missão é dele. Ele tem um fardo que não quer. E as estórias paralelas, o Meu Velho que tem uma fonte de água benta, a plantação de maconha, a politicagem na cidade, também transitam por ali, nessa confusão e calmaria ao mesmo tempo que parece ser aquela cidade. até que acaba e você não sabe realmente o que aconteceu. o filme não te dá respostas, te deixa com dúvidas.
Agora estou curioso para ver o que o Lírio Ferreira aprontou com o Cartola (Cartola, música para os olhos), depois que eu ver eu conto.
ps. A Suyane é um absurdo de mulher, a pocahontas brasileira.

Marcadores:

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial