BeatBossa

domingo, março 12, 2006

Quero um amor

* Gravura de Goya, O sono da razão produz monstros

QUERO UM AMOR À VISTA

Quero um amor à vista.
Completo, circunferência
Luar e asteróide de noite cadente.
Simples e elíptico. Que venha,
E que jamais se vá.

Quero um amor Vinícius: total.
Perfeito como um soneto; na cadência alexandrina,
Ou na sobriedade do verso inglês.
Livre como um poema pós-moderno com
Todas as suas contradições e esquizofrenias.

Quero um amor que goste de samba,
Mesmo que não saiba dançar este
E outros bambas; se encante com
Um bolero de Orlando Silva; e
Lembre de mim quando ouvir aquela
Que será para sempre a nossa canção.

Quero um amor prazer:
Do sexo feroz, que dói na falta;
Que destrói na presença insaciável do gozo;
Da beleza do orgasmo simultâneo, olhos
Em transe completo. Para-quedistas
Prontos a se esboroar no
Colchão, lençóis, suores.

Quero um amor de praia, com vento
Fresco, pôr ou nascer do sol.
Em silêncio contemplemos os nossos
Horizontes. De mãos dadas, nossas
Almas fitam-se longa e demoradamente,
Naquele que será nosso
Eterno beijo de namorados.

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PÍLULAS DIGESTIVAS

- Interessante a gravura de Goya, é de se pensar, por que o sono da razão produz monstros?
- Pois este é mais um dos meus poemas de amor rasgados, não posso evitar de escrever;
- Quando a sorte não está do lado: o time precisando vencer e o Ronaldo me perde o penal; depois dessa... tá, são coisas que acontecem, mas ele não deveria ter batido;
- Amanhã começam as aulas na pós;
- Li “Agosto”, do Rubem Fonseca. Gosto dele porque ele tem uma narrativa ágil, que flui e traz o leitor para dentro da estória, você se sente um espectador de um filme que se constrói. A estória é sobre alguns acontecimentos que foram subjacentes ao desfecho fatal que culminou com o suicídio do Getúlio. Como pouco conheço a estória do período, não sei até onde a livro ficciona ou até onde ele se detém nos fatos reais. O Lacerda encheu o saco de todo mundo que ele pode na vida (Até do Nelson Rodrigues, ambos se detestavam). Só achei que faltou espaço para o Getúlio, ele pouco aparece no romance, cujo protagonista é um investigador da polícia, que vive de Pepsamar e leite e escuta ópera, e é honesto. Leitura obrigatória. (Acho que a Globo fez uma minissérie baseada no livro, só lembro que o Toni Tornado fazia o Gregório Fortunato, se bem me lembro);
- Li também “Bisa Bia, Bisa Bel” da Ana Maria Machado. O livro é lindo, a estória é linda e me deu uma puta saudade da minha vó.

BOA SEMANA A TODOS!!!

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