BeatBossa

terça-feira, janeiro 31, 2006

Dêem Oi pra Audrey e pra Giulietta!



Custei a entender porque demorou tanto a me telefonar, me dar uma notícia, uma mensagem, mesmo que breve e lacunar. Você ficou tão distante, tão ausente que pensei que havia me esquecido. A sua chamada foi tão rápida, parecia apressada, preocupada com alguma coisa que não quis me dizer depois, por mais que eu insistisse. Mas não quis pressionar, sei que quando não quer me contar as coisas não adianta insistir. Apenas disse que me esperava no lugar e na hora de sempre. Poderia ter esperado e ouvido eu dizer “te amo”. Quando acordo do susto só a mudez do outro lado. O que passa contigo? Tenho receio de perguntar se gosta mais de mim ou do Luis. Afinal, me disse que casara por amor a ele, o primeiro e único namorado. A inocência dos 21 anos. Quanta saudade de um tempo em que tudo era sonho e fantasia e os amores eram para a vida toda. Tanto tempo juntos e agora você inventava de encontrar aventuras. Será que sou apenas isso para você, uma ventura de mulher casada infeliz? Talvez você ainda o ame, e, essa indiferença medida, calculada apenas para me torturar seja uma forma sua de me dizer para não ter esperanças, que você não vai deixá-lo nem por este que tanto a louva e deseja. Sempre que toco no assunto você encontra subterfúgios, sai por esconderijos e me vejo sozinho pensando noutras coisas para as quais você me fez olhar. Ah, sim, devo estar enganado. Como nosso encontro foi maravilhoso, beirando as auras da divindade. Você veio eufórica, desejosa, entregando-se lindamente em carne viva, em língua macia e serpenteante; se enroscando no meu corpo me enchendo de tapas por lhe fazer tão feliz na cama como o Luis nunca a fizera. Não imagina o quando isso me fez rir por dentro, onde um show pirotécnico explodia dentro do meu coração já alvoroçado só por a ter mesmo que por uma tarde de chuva. Repara como os dias ficam lindos quando nos vemos? Como até a chuva é fina e aprazível para tardes de amores e juras? Espera, que a lua nunca é tão fácil no céu e nem dançam faiscantes as estrelas tanto quando juntos misturamos nossos feitiços e ungüentos. Espera, minha amada, espera, que os verões haverão de serem eternos. Sim, óbvio que estava enganado. Passar uma tarde tão maravilhosa contigo me fez crer que me ama ainda mais. Que já sou parte de você, dos seus pêlos, e já repouso inquietante em tuas entranhas, nega que teu ventre me pede quando a noite carece de aconchego e calor? Nega que minhas mãos se insinuam por debaixo dos seus cobertores, de sua calcinha e a fazem suar? Pudera eu passar um noite toda com você e poder sentir o amanhecer do seu sorriso sobre meu peito. Espera, minha linda, espera...
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Estou meio sem assunto, faz algum tempo que não dou as caras por aqui, não visito os amigos, mas logo logo vou me redimir, mas sabem como é, tenho uma dissertação para escrever, e enquanto refresco a cabeça resolvi dar um oi por aqui. Há mais de um mês não sai literatura da minha cabeça, só ciência. Por isso deixo esse texto, fragmento de outro maior. e tão pior quanto em conjunto. A novidade é que li coisas interessantes nesse tempo, como A mulher mais linda da cidade do velho Bukowski, que me despertou o interesse pela geraçao beat. Li o livro das fábulas do Herman Hesse, excelente contista, e vi o Fabuloso Destino de Amelie Poulain, apaixonante, hilariante, surpreendente, genial e alhures, como a vida pode ser divertida, e como uma atriz pode ser tão boa. Curiosidade: a fotografia do filme é inspirada na obra do catarinense Juarez Machado Além de dois clássicos do Fellini, como 8 e meio e Noites de Cabíria, que além de fazer aumentar minha admiração pelo Fellini e o Mastroiani me fez conhecer outra criatura sensacional: Giulietta Masina, a atuação no filme lhe valeu o prêmio de melhor atriz no festival de Cannes de 1957. P* QUE P*, ela é simplesmente deslumbrante, encantadora, não é à toa que a apelidaram de a Chaplin feminina. Uma baixinha que toma conta de tomas as cenas que protagoniza.

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