BeatBossa

quarta-feira, janeiro 30, 2008

tv series

Seriado de tv é um troço engraçado. É quase um desenho animado pra gente grande, com a diferença que desenhos animados duram seis minutos e são auto-suficientes. Ver um Looney Tunes repetido é sempre divertido. Acho que o primeiro seriado que me pegou pela perna foi Blossom. A história de uma adolescente que mora com o pai e o irmãos. Ela é esperta, inteligente, e não precisava de uma beleza nabokoviana tipo Alicia Silverstone pra ser encantadora e adorável. A interjeição do irmão dela, o Joe era sensacional “Wow!!!”, e a sua amiga Blue podia significar tudo o que essa palavra é capaz de significar na língua inglesa.

O Segundo deve ter sido Anos Incríveis. A música dos Beatles na versão do Joe Cocker ainda é uma das minhas canções prediletas. Kevin é agora um adulto que conta a sua adolescência nos 60’s e 70’s, um período bastante agitado na história americana. Guerra do Vietnã, Woodstock, a liberação sexual, luta pelos direitos civis, aquela paranóia da Guerra Fria; como eles fazem hoje com o terrorismo, eles precisam assustar o povo americano pra justificar o gasto com o exército e porque raios os americanos tem que se meter no meio do Vietnã do Norte e do Sul, no Iraque, no Irã. A visão crítica de Kevin, sobre o período, sobre a sua escola, sobre a família, sobre suas próprias atitudes são sempre inteligentes e perspicazes.

Os Simpsons é algo do tipo que fica entre um seriado e um desenho animado. Ele parece apresentar uma seqüência temporal, mas ninguém fica velho e só lembro de um aniversário da Lisa, o de oito anos, e um de Bart, o de dez anos. Claro que há os feed-backs. “Lisa’s first word” é com certeza um dos melhores episódios, pelo menos pra mim. Springfield dos anos 80 parecida com a NY dos anos 30 ficou demais. E apesar do episódio ser sobre a primeira palavra de Lisa, ele mostra a primeira palavra de Maggie e Bart também. Mesmo que vivam brigando, quem tem irmãos sabe que isso é normal, Bart e Lisa realmente gostam um do outro e conseguem se divertir juntos. Esse seriado é o melhor e mais duradouro de todos os tempos, e pra mim o segredo é a reciclagem dos temas, das inúmeras influências da cultura popular, da auto-referência, e claro da genialidade dos seus roteiristas. No episódio “o viúvo negro” Sideshow Bob começa a namorar com uma das irmãs de Marge. E a cena que mostra o período dele na cadeia faz referência a um filmão com o Paul Newman, “Cool Hand Luke”. No especial do dia das bruxas da 4ª temporada o episódio começa com um desenho de perfil do Hitchcock e daí surge Homer pra apresentar o show. Na segunda temporada, o especial fez uma homenagem a Poe, Lisa leu O Corvo, e Homer fez o papel principal no desenho, simplesmente fantástico, ou como em outro em que a casa que eles compram é mal-assombrada e se auto-consome como no Poltergeist (sim, a casa foi construída sobre um cemitério). Vou parar por aqui por sobre os Simpsons dá pra falar por semanas.

As sitcoms em geral nunca me atraíram muito. Friends, no tempo que passava na Globo, nunca tinha me atraído. Acho que naqueles tempos eu não era capaz ainda de entender as piadas. Vi alguns da primeira temporada de Seinfeld e gostei muito, são curtos e as piadas são realmente inteligentes, o que prova que com um bom texto, e bons atores se pode ter um bom seriado sem sair de dentro de um apartamento de dois quartos, ou é de um? Eu, a patroa e as crianças é um daqueles também que sempre me passavam despercebido. E no momento que parei pra assistir realmente gostei. O talento de Damon Wayans, como Michel Kyle, o chefe da família ajuda muito. Os três filhos são meio que um clichê, mas quem não teve uma família clichê? Um irmão tolo, uma irmã mediana e bonita, e a caçula esperta. Apesar disso, meu personagem favorito é o Franklin, vizinho da família e tem a idade da caçula, Kady. Agora o garoto tá no heroes, como Micah. A série é do mesmo criador de Blossom, Don Reo, que também produziu MASH, a série que inspirou o filme homônimo de Robert Altman que eu recomendo. Na mesma linha família eu gostava muito também do Fresh Prince of Bell-Air (acho que é assim), ou Um maluco no pedaço, com o Will Smith. Will não é nenhum gênio do humor, mas ele é um cara engraçado, e acho que Hitch e os MIB são exemplos de trabalhos legais, acho que ele estaria entre um Adam Sandler e um Ben Stiller, e anos luz de um Peter Sellers ou de um Murray.

Tem também os seriados de aventura, e os policiais. Heroes, Dexter, CSI, Cold Case, Twin-Peaks, Lost, 24 horas só pra citar os que acompanhei ou vi alguns episódios. São seriados nos quais perder um episódio pode comprometer a compreensão da totalidade da temporada ou da série toda. Talvez CSI, Cold Case sejam mais desligados entre um episódio e outro. A trama está centrada no problema do episódio e não nos personagens. Os seriados não giram em torno dos personagens, giram em torno dos problemas que eles têm que resolver que não afetam suas vidas.

Twin Peaks e Dexter são os melhores seriados tipo policial-suspense que eu já vi. Bem escritos e tem em comum mostrar que nem sempre as pessoas mostram aquilo que são na realidade e em grande parte a nossa sociedade, a convivência humana está montada sobre máscaras. Twin Peaks parece ser a típica cidade do interior americana, com sua vida chacoalhada quando ocorre o assassinato da jovem e bela Laura Palmer. Com a vinda do agente do fbi Cooper (um ótimo Kyle MacLachlan) pra mostrar pra cidadezinha quem eles de fato são. O Dedo de Lynch deixa tudo muito mais interessante, espíritos, gigantes, cassino-bordel, obsessões, vícios, paranóias, perversões, insanidade, esquizofrenia... e a cidade sempre com um clima que parece que vai desabar uma tempestade e levar todos pro inferno. Dexter comecei a ver por indicação de amigos. E foi a partir do terceiro episódio que ele me fisgou. Não tenho tv por assinatura, logo o jeito foi baixar mesmo. Consegui com um amigo quase todos os episódios, só faltaram os dois últimos da 2 temporada que baixei essa semana e vi ontem. Isso só pra dizer que sábado passado devo ter visto uns quatro episódios durante todo o dia. De tão ligado que eu tava na trama. Eu queria saber o que vinha em seguida. O personagem principal Dexter é em resumo um serial killer de serial killers. Mas ele tem um objetivo nobre nisso tudo, um código como ele gosta de dizer. Não sei se a série vai sobreviver depois do final desta segunda temporada. Depois de todos os conflitos internos e externos que ele viveu. Suas dúvidas, suas incertezas, ter descoberto a verdade sobre Harry (seu pai adotivo) acho que mexeu muito com ele, mas isso não o impediu de matar de novo.

O texto ficou maior do que deveria, mas é que seriado é o tipo de coisa que todo mundo gosta se empolga, conversa sobre, indica para os amigos, você fica esperando o próximo episódio ansioso, as novidades pra próxima temporada, etc. Heroes realmente me encantou, confesso que tenho uma queda por essas coisas pra consumo de massa, mas é realmente divertido, apesar de todas as colagens que fizeram de X-men discaradamente. É como ver um desenho animado de humanos, e tem umas frases realmente impagáveis “save the cheerleader, save the world”, e outros bordões, tipo frases que eles escolhem pra colocar em trailer. Tem dois novos que eu quero ver muito, Jericho e Californication, algumas pessoas já me falaram sobre eles e to tentando baixar. Esqueci de falar de MacGyver, o seriado favorito de Paty e Selma, as irmãs de Marge, Alf, o eteimoso, Fredie que eu gostei muito, Smallvile que eu vi alguns e achei interessante, mas não viciei. Tem os nacionais, mas se a própria tv não leva a sério os seriados, porque a gente vai levar? Ta, os do Luiz Fernando de Carvalho são os melhores, Hoje é dia de Maria e a Pedra do Reino realmente são os melhores de todos os tempos.

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