BeatBossa

terça-feira, janeiro 15, 2008

um pelego velho

quero um espaço nesse
mato sem cachorro um regaço
uma aventura de duas mãos novas
calos quentes nas pontas dos dedos
que não se desmancham

minhas feridas, como chagas vivas
atormentam minhas ilusões de felicidade
como se na mais bela cena do filme
ousasse chover
e sempre chove
(a noite de antonioni)

quero um pelego velho pra me deitar
estirar os ossos
uma rede talvez pra ler uma aventura
um conto de Rubem Fonseca
ou passear em terras distantes

hoje uma bruxa me visitou
eu tinha as tampinhas de coca-cola
mas não ganhei o prêmio
eu acordei.

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