BeatBossa

sábado, outubro 13, 2007

paulo autran e resnais

Conheço muito pouco do que ele fez no cinema e no teatro. Morando numa província distante é difícil ver as grandes produções das metrópoles culturais. A despeito disso, a gente ouve muita coisa por aí. Terra em Transe está em qualquer lista dos cem mais do cinema. Não só porque Glauber era um gênio, mas porque ela tinha a habilidade de tirar o máximo e mais um pouco de seus atores e inevitavelmente as interpretações soam sempre viscerais. È o caso de Autran em Terra em Transe, Antonio Pitanga em Câncer, Oton Bastos no Deus e o Diabo e no Dragão da Maldade. Ainda tá muito claro na minha mente a forma como ele lia Drummond. No filme O Poeta de Sete Faces ele declama "Bom Dia", e com uma naturalidade de quem conversa e entende o poema que está lendo ao mesmo tempo em que sente a beleza de cada palavra posta em sua medida certa. Ainda quero ver A Máquina e Oriundi, dois filmes que me parecem bons, mas que ainda não consegui ver.


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Mudando de assunto. Se não foi ver vá ver o "medos privados em lugares públicos" do Alain Resnais. Se nome não garante filme bom, esse tenha certeza que garante. Autor de clássicos como "ano passado em marienbad", e "hiroshima mon amour", os dois últimos filmes que vi dele, esse e o "amores parisienses" tratam com um certo pessimismo as relações amorosas. Como se de alguma forma estamos fadados à solidão, à melancolia ao despreparo para lidar com as idiossincrasias e erros dos outros. Não escutamos, não nos comunicamos, e o que de fato todo mundo quer é apenas ser ouvido e ter um colo para repousar suas angústias e alegrias. Entretanto, esse desejo parece inatingível. Não é a toa que ele é uma grande influência em Wong Kar Wai, outro poeta do desencontro, e do desacerto.

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