BeatBossa

domingo, abril 02, 2006

Coisas que não ouso compreender



A PAIXÃO DOS SENTIDOS

Vejo as coisas várias,
Pétalas enfunam-se no vento.
Lábios escarlates finos inquietos
Entreabertos na espera do beijo
Com língua e calor mornos
Violentos como um temporal que
Arma-se, no encontro de forças opostas:
Negação desejo medo furor lascívia.

As mãos viajam incertas.
No tato a busca a sensação.
Arrepio, pêlos eriçando-se
E glândulas trabalham incansáveis:
Suor muco saliva.
Duas peles a sentirem-se.

Cegos
Kamikazes
Homem-bomba
Mulher-bomba
Logo figuras querendo
Fundirem-se
Amalgamarem-se
Amarem-se até a explosão!

Cegos guiam-se pelo olfato
Mãos e bocas buscam
Algo inencontrável;
Cegos guiam-se pelos sons
Suspiros doces que derretem nas papilas,
Pornografias ritmam movimentos
Ensaiando a coreografia de corpos, que
Excitados mordem-se
Unhas traçam linhas na
Pele úmida e
Pêlos soltam-se fluídos já
Misturam-se.

O folego busca-se
A boca pede ar
A boca pede boca
A boca pede beijo
A boca pede ar
A boca pede mais...
Logo,
O quarto inunda-se
Daquilo que chamamos prazer.
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PÍLULAS DIGESTIVAS

- Aos críticos: sim tenho influência da prosa, e gosto de fazer poesia proseando.
- Defendo minha dissertação da Terça-feira, me desejem boa sorte;
- Por acaso revi Laranja Mecânica, passou ontem no Sbt, a imagem é uma homenagem a esta obra-prima do cinema, eterna e atemporal.
- Encontrei um livro do Lindolf Bell autografado no sebo: "incorporação", de 1974, lindo:

"A solução?
Soluços não.
Bastam duas mãos
sôbre o muro
para eliminar (iluminar)
êste escuro."
Do poema "o muro de Berlim (e outros)"

Por ora é isso, boa semana a todos os internautas...

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