BeatBossa

segunda-feira, junho 26, 2006




A Praça da Cidade

Sempre gostei das praças.
com seus aposentados jogando damas
e tecendo as estratégias da política local.
um engraxa o sapato, enquanto
confere calmo as notícias.
som de flautas bolivianas;
ciganas atacando os transeuntes...

Turistas fotografam a figueira que
escora-se nas bengalas do tempo,
aquelas que os homens lhe deram.
sob seus braços, um
casal adolescente engolindo-se.

A praça testemunha
o velho palácio rosa,
a catedral,
a câmara de vereadores,
a prefeitura,
a farmácia,
o banco do estado,
o Banco do Brasil,
um busto de político:
a cidade agradece os serviços prestados com
hombridade e honradez,
a banca de revista,
a feira de artesanato,
umas árvores nativas:
futuro museu da natureza,
a florista,
as normalistas,
os bacharéis,
os taxistas,
os policiais,
os andarilhos e hippies.

Os tipos da cidade são
os tipos da praça da cidade, que
guarda seus escombros,
assombros do tempo do rei, do
tempo do palácio do governo,
do conde do barão e do marechal;
do bonde do trem e mercado municipal:
peixe fresco,
secos e molhados,
tecidos aviamentos,
carne seca, defumumados;
o tempo da Emulsão de Scott, do Elixir 314 D'a Saúde da Mulher
e outros ungüentos.

Ainda sinto esse cheiro no ar,
guardado entre os ladrilhos das ruas de pedra,
esse olhar que as janelas de
olhos fechados - as
testemunhas daquele tempo -
me contam as novidades antigas.
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Mais Fotos antigas de Floripa? AQUI

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