BeatBossa

sexta-feira, agosto 17, 2007

the color purple


Acabei de ler a pouco tempo "The Color Purple" de Alice Walker, vencedora do Pulitzer. Absurdamente bom. Estranho, é o tipo de livro do qual a gente não sai mais o mesmo depois de ler. Há livros que apenas contam uma história, há livros que não contam nada, há livros que apenas nos falam sobre coisas que não ressoam em nossa alma. Celie é uma mulher que foi dada em casamento pelo seu pai ao Mr. ___, depois desse ter abusado dela, e com ela tido dois filhos, que foram dados a uma família. Ela não é uma mulher muito esperta, mas na casa de Mr. conhece Shug Avery, uma cantora de Blues, que é a paixão de Mr. Ela ajuda Shug se recuperar de uma doença e viram grandes amigas (mais do que amigas), já que é com Shug que pela primeira vez Celie sente prazer em uma relação sexual. Shug transforma a alma e a mente de Celie. Dá-lhe forças para lutar contra a grosseria de Mr. que batia nela por esporte. Não há romantismo no livro, os personagens são negros que vivem em uma época em que isso não era muito fácil. Eles ou ganham muito pouco nos trabalhos que faziam, e mesmo quando tinham negócios próprios os brancos faziam de tudo para que não prosperassem.

O livro é escrito na forma de cartas. Primeiro Celie começa escrevendo a Deus contando sua história. Depois aparecem as cartas da irmã de Celie, Netie, que virou missionária e foi para a África, cartas que Mr. havia escondido, mas Shug dá um jeito de achá-las e as entrega para que Celie as leia. Nesse momento lemos as correspondências que ambas trocam, narrando suas vidas, suas alegrias e tristezas, e vemos o crescimento de Celie, até ela ter coragem para peitar Mr. e ir embora com Shug. Quando enfim descobre o que é ser feliz, o que é ter vida própria e ter um caminho que ela possa percorrer com as próprias pernas.

Spielberg filmou o livro em 1985, com Woopy Goldberg como Celie, e Danny Glover como Mr., na verdade Albert, mas Celie apenas se refere a ele como Mr. (por que será?). Indicado para 11 oscars, mas não ganhou nenhum (o que é um recorde!). Woody ganhou o globo de ouro de melhor atriz.
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ps. "Rhapsody in Blue" do Geoge Gershwin é uma das músicas mais sensacionais que já ouvi na vida. O episódio do Fantasia 2000 inspirado na música dele também é maravilhoso, não sei se tem alguma conexão com o Manhattan do Woody Allen, mas o desenho começa com prédios, e se passa em Manhattan.

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