BeatBossa

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Esse obscuro objeto de desejo (Luis Bunuel, 1977)

Um homem de uma certa idade avançada se apaixona por uma jovem de 18 anos. A jovem, uma dessas Capitus espanholas, manipula o homem de todas as formas, não apenas abusando do seu charme, persuasão e doçura, mas também da ingenuidade dele. Nosso pobre homem, Mathieu, acaba por fazer tudo que a jovem quer para conseguir o que tanto deseja: dormir com ela. Só que ela fica só na promessa, amanhã, depois de amanhã, não estou me sentindo bem. E há um jogo interessante de cena: são duas atrizes que interpretam Conchita. Nas primeiras trocas eu pensei, não pode ser, estou delirando. Quando no fim você percebe que as duas atrizes são praticamente duas personalidades diferentes da mesma mulher, como Jano, o deus grego de duas caras, uma doce e calculista, a outra selvagem, sensualíssima e institiva (só esta aparece dançando flamenco). É a mulher sensual a má, a que senta no seu colo pela primeira vez, a que dança nua para os turistas no café, a que encena a cena de sexo, a que diz que lhe detesta; e é a doce que foge, que pede desculpas, que se humilha, que tem olhos de chuva. No fim, acho que só uma solução à la Nelson Rodrigues para lidar com uma mulher dessa mesmo.

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