BeatBossa

terça-feira, março 13, 2007

viagem II

Pois então, ando com a cara nos livros. Ando cansado demais. Ando com dor de cabeça. Ando feliz com meu Flamengo. O resto a gente leva do jeito que pode.
Bem, como participei de um congresso em Belo Horizonte resolvi aproveitar e dar um pulo a Ouro Preto. A melhor viagem que fiz nesses parcos vinte e cinco anos de vida monótono. Infelizmente eu ainda não li o guia de Ouro Preto que o Bandeira escreveu. Ademais, quero voltar lá um dia, ler o guia do maneco e leva-lo a tira colo, bem como conhecer melhor a história de Minas. Ouro Preto tem um cheiro especial, uma mistura de tabaco com cravo (outros diriam mijo com vômito, pela recente passagem do carnaval, ainda havia confete nos vãos das pedras), para ser poético (!). Como moro em Floripa, uma cidade com mais de trezentos anos de história (muito dela escondida entre os prédios da década de sessenta e setenta, não imagina uma cidade toda daquela forma. Me senti no século XIX. A cidade é patrimônio da humanidade. Claro que há casas novas, mas estão localizadas em outra região. No centro eles não mexem. Felizmente não há asfalto e pessoalmente acho uma ofensa andar de carro por aqueles lugares. Definitivamente não combina.
As igrejas são um espetáculo a parte. Na estrutura todas parecem iguais, mas cada uma tem sua história. Conta-se que cada família queria construir uma mais luxuosa do que a família rival, aí começaram a pipocar igrejas por todos os lados. Há uma em Mariana que é um cemitério. Isso mesmo! Dentro da igreja há famílias inteiras enterradas. O assoalho é ainda original e cada cova possui um número que identifica as famílias. É meio estranho pisar nas covas da pessoas. Os cadáveres ainda estão lá apesar de uma ordem do vaticano para retira-las. Em Ouro Preto, na igreja de São Francisco de Assis também há covas, mas como não havia guia lá não deu para saber se ainda havia corpos sob o assoalho. Falando em São Francisco, o estranho é que todas as imagens que vi dele eram com uma caveira em uma mão e com uma cruz na outra. Todas! Creio que a imagem com os passarinhos é nova. No teto dessa mesma igreja há uma pintura fabulosa com anjos tocando instrumentos musicais. É impossível olhar tudo numa mirada, de tanto detalhe que há. A entrada dessa igreja vale para o museu do Aleijadinho também, que fica ali próximo e é dentro de outra igreja. Eu esperava mais, mas a obra dele está espalhada por outras cidades mineiras, como São João Del Rei e Congonhas do Campo (acho). Mas pelas coisas que há lá da pra sentir o talento do cara. Fiquei de cara com uns monstros, uma espécie de gárgula que era colocada sobre as esquifes, muito sinistro.
Em Mariana visitei a casa do poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens. A história dele é fabulosa, toda contada por um guia do próprio museu que não cobra nada por isso. (ah, muitos guias cobram para fornecer explicações). O legal é que a casa do Alphonsus não era dele, ele morava de aluguel, nunca teve casa própria, e se bem me lembro a casa não tinha mais do que dois quartos, sala e cozinha. E ele tinha mais de dez! filhos. Além disso ela fica na rua direita, onde as casas são todas tortas. Ali próximo fica o que era um dos redutos dos inconfidentes na cidade e ao lado a casa do Cláudio Manoel da Costa. Mas acho que a casa não virou museu, pelo menos estava fechada e não perguntei para o guia sobre isso.
Ainda não deu tempo mesmo! de escanear as fotos, logo que o fizer coloco para vocês verem. Fui.
ps. em tempo. não parece uma pintura esse céu? é o céu de Mariana, e essa é a igreja com os túmulos. o monumento em frente é em homenagem aos escravos. No tempo da escravatura os escravos eram punidos publicamente ali, do outro lado da rua funciona até hoje a câmara de vereadores. Se não me engano a padroeira da igreja é nossa senhora do Carmo. Também em frente há outra igreja que pegou fogo durante uma restauração, não foi possível entrar nela. ah. essa é uma das poucas onde deixam tirar fotos dentro.

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