putZ!

O dia incerto como pedrada na sanga. Volteia. Arremedo de piparote. Os tics taqueiam monótonos, um folhetim mexicano. Na folhinha de mercearia ainda o mês de agosto, as figuras do jogo do bicho arriscam minha sorte, com quê sonhei a noite passada?
Entra um moto-boy. Deixa uma caixa. Entrega a nota. A secretária assina. Não confere a mercadoria. Concentra-se na lixa das unhas. Algumas vezes mexe em papéis.
- Alô?
Atende um telefonema. Atende outro...
- Será que ele demora?
- Xii. Hoje ainda é segunda... Te fala a verdade. Antes das três acho difícil.
Disse-me que estivesse no gabinete às treze e trinta. Estou, estou, estando.
A mesa esconde as pernas da secretária. Roupas invisíveis queimam meus desejos, nesse momento em que todas as revistas velhas foram folheadas, começo a achar-lhe alguma graça.
Telefone. Voltar amanhã, imprevisto, reunião do partido.Entendo como são essas coisas.

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passando pra mostrar-me vivo.