BeatBossa

quinta-feira, janeiro 01, 2009

A Revolucao dos Bichos

Imagine se os vegetarianos vegan resolvem fazer uma revolução no mundo. A ONU reune uma comissão e estabelece a Declaracão Universal dos Direitos dos Animais e as duas premissas do documento são:

- Animais não são comida;

- Animais não devem ser mantidos em cativeiro;

Da noite para o dia, como uma espécie de AI5 governos no mundo todo abririam as portas dos zoologicos, confiscariam animais empalhados para lhes dar um enterro digno, fazendas, granjas, viveiros, canis e afins seriam abertos e os animais seriam liberados para viverem livres, assim como estavam antes de alguém decidir ha muito tempo que era legal ter um cachorro latindo no portão quando o carteiro chegasse; que usar um cavalo para ir de uma cidade a outra era mais facil do que ir a pé ou pedir carona num barco de pescadores; que um boi tem mais força do que quatro escravos, e que seria melhor deixar os bois puxarem carroças e usar os escravos para coisas mais interessantes como preparar banhos, sessoes de masoquismo ou fazer o almoço. Eles estão livres, e mesmo os vegetarianos que gostam tanto dos animais teriam que se conformar com a universalidade do decreto: todo, TODO animal tem o direito de ser livre, se eles decidirem continuar vivendo com voce tudo bem, mas nada mais de coleiras e cercas que impessam os cachorros de visitarem a cadela da vizinha (com o perdao do trocadilho), ou os gatos de serem pardos a noite, as crianças ficarão tristes por um tempo, mas no futuro, ter animais domésticos sera considerado algo barbaro. Não, tambem não sera mais permitido corridas de cavalos e cães, e o “esporte” sera substituido por corridas de quatrocentos metros entre humanos, possivelmente atletas olimpicos aposentados. Caras como Bukowski ficariam tristes, afinal nunca que sabe se o jamaicano que e a barbada do quarto pareo trapaceou ou não o anti-dopping e pode estar correndo lesadão e acabar chegando atras de um americano cuja dieta esta baseada em hamburgueres e nuggets de carne de soja transgenica. Vacas, cavalos, cabras, cães, gatos, ovelhas poderão voltar ao seu habitat: a selva e os campos. Os veterinarios terão os mesmo status dos médicos, mas logo virarao uma profissao obsoleta, ja que não ha mais quem os pague (sera ilegal ser dono de um animal, eles são livres por principio, lembra?). Imagine a completa mudanca nos habitos alimentares do mundo: abobora recheada sera o prato principal da ceia de natal, os arabes terão que inventar um kibe apenas de kibe, até kafta tera que ser feita com carne de trigo para kibe. Nos churrascos brasileiros teremos picanha de soja, linguiçinha de milho (com tripa sintética comestivel) e a famosa costela gaucha sera reduzida a uma mistura de abacaxi com manga. O hot-dog americano sera uma especie parecida com a linguiçinha de milho mas feita com sucrilhos. Debates acalorados deverão ocorrer para decidir se os peixes e os frutos do mar poderão continuar a ser consumidos, mas por principio, ja que também são animais, no final, vencera a universalidade, e as baleias e os tubaroes darão pulos de alegria. Claro, o bolinho de bacalhau portugues deixara de existir, assim como o sashimi. Os sushis usarão novos legumes. Os chineses que historicamente desenvolveram um paladar para apreciar insetos terão que se conformar, mesmo os insetos não poderão mais ser comidos. O embaixador da China na Onu protesta:

- Mesmo as cobras e os escorpioes?

- Sem excecoes, meu caro, sem excecoes.

Ouvem-se gritos exaltados de protesto de outros paises como Sri-Lanka, Laos, Vietnã. Não ha como eles venceram essa, os ocidentais não vão sentir falta do que nunca tiveram. O embaixador chines ainda tenta argumentar, mas acaba vencido e suspira em sua cadeira, consolado pelo colega do Camboja.

Em pouco tempo, umas duas geraçoes, as mulheres não terão mais peito e bunda, ja que a gordura que ha nos vegetais, sementes, cereais e legumes e muito pequena, insignificante talvez, é essencial para que essas partes do corpo humano feminino se desenvolvam como deveriam, a heranca genética, DNA italiano, ou ter uma avo com peitoes se perdera na linha da evolução. Em mais algumas geraçoes, o ser humano tera evoluido para uma espécie hibrida de emo-androgina, mas não se preocupem, não ha como prever como sera a moda, e não vamos viver para ver isso mesmo, nem saber se as cores azul e roxo serão permitidas como tinta para cabelo. As crianças serão amamentadas com leite de soja, ja que devido a geracoes de perdas alimentares e nutricionais a capacidade das femeas humanas proverem leite para sua prole sera reduzida, até inexistir, ja que a glandula mamaria, com mais algumas geraçoes de evolucão vai ser tornar inoperante, até o ponto de criancas femeas começarem a nascer sem, assim como aconteceu com o dente do siso. o apendice, e as amigdalas. Nos museus de historia natural e livros de historia fotos de nus e quadros de Modigliani serão mostrados para as crianças para lhes ensinar que pareciamos monstros, com bundas e peitoes e ulceras e canceres porque comiamos carne. Crianças mais fracas eventualmente poderão passar mal e vomitar ou desmaiar ao ouvir essa frase, sera inimaginavel ou impensavel que no passado os humanos, fossem capazes de comer carne. Provavelmente as doenças serão reduzida pela metade, sem mais alguns tipos de cancer, não mais artérias entupidas por gordura, sem mais rins exaustos e figados fatigados. Mas claro, tudo vai ser um lindo e belo paraiso, até que um dia um homem corta o dedo enquanto descasca uma laranja. Fora-lhe ensinado que não se deve chupar o sangue quando se corta um dedo. Num jesto instintivo ele leva o dedo a boca, um instinto que parece não ter sido suprimido por anos e anos de condicionamento (a natureza sempre da um jeito). O sabor doce e morno do seu proprio sangue assusta e eriça a suas papilas gustativas. Ele se ve envolvido numa especie de extase e torpor, como se tivesse recebido uma dose de “beleza”, a nova droga superpotente, uma mistura de açucares e canela. O efeito era quase o mesmo, um bem-estar, um revigorante, uma sensação animalesca de “mais”, uma nova fome para a qual ele não tem nome. Ao olhar pela janela da cozinha ele ve uma singela ovelha mascando verdes folhas do seu gramado, e uma subita ira cresce dentro dele, não uma raiva do bicho, apenas uma incontrolavel vontade de sentir mais esse gosto sem ter que comer o proprio dedo.

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Meio huxleyniana essa historia, curti muito escrever. As vezes me assusto com minha imaginação.

ps. perdao pela falta de acentos, meu pc ainda nao ta pronto, acreditem. Acho que levei no pior tecnico de Chicago.


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